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… poder-se-ia dizer que o meu alternador já teve melhores dias.

(saudades da banda!)

subtil
maviosa
a insónia que me deixa num estado quase hipnótico de realidade e sonho. pela minha cabeça já estão a desfilar sensações, vozes, imagens e o meu corpo move-se, ainda, inquieto pelo desconforto da vigília.
muito estranho. rico, mas estranho.

saudades
de ter o corpo deitado ao sol, sentir-me aquecer, de um braço fora da janela do carro ao final do dia

[durante muitos anos, a maior parte da minha vida, senti e acreditei que conseguiria voltar a fazer e a sentir as mesmas coisas outra vez. em melhor. agora sinto que já não é assim. que cada dia que passa me traz novidades que nem sempre peço. e que muitas vezes não vêm sequer com o quente do verão. do conforto. do aconchego. gostaria de ser mais acomodada – não é muito bom, mas também não é muito mau. assim, não sendo, não é muito mau, mas o muito bom parece-me ter ficado lá atrás à beira de uma arriba cor de trigo, num final de tarde de céu avermelhado.]

… com o futuro a muito curto prazo.

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… mais as luzes vermelhas dos carros.

de subir no elevador com alguém que tem um hálito a tabaco que tresanda o ar todo!

percebo que estou mesmo a ficar doente, quando tenho de trabalhar de casaco vestido.

a minha mãe não acha o meu Smartinho competente para me levar até ela.

em modo "eu gostava de ser o Vegeta"

em modo “eu gostava de ser o Vegeta”

Eu quero ser exorcizado
Pela água benta desse olhar infindo.
Que bom é ser fotografado,
Mas pelas retinas desses olhos lindos.

para ti.

às vezes aquilo que parece ser um copo meio cheio, é tão somente um copo meio vazio. e furado, ainda por cima!

entre estudar, ler uns livros de fotografia que comprei, visitar a família no fim de semana, ver uns episódios em falta de Boardwalk Empire (fabuloso!) e curtir o sossego…

… ontem peguei na minha Pentax MZ-50 e decidi pôr-lhe uma pilha e um rolo pb. e estou a adorar o curso e o Lightroom etc e tal.

Marvila visto do Ferroviário

Marvila, vista do Ferroviário

* dos idos sessenta

só que com ela em vez do “don’t ask, don’t tell” é mais o “don’t speak talk, doesn’t exist”.
é preciso cá uma paciência…

hoje vou fazer uma coisa diferente. espero.

foreign affair deve ter sido feita pelo Mike Oldfield e pela Maggie Reilly para funcionar como uma espécie de mantra.
só assim se justifica que ela repita não sei quantas vezes, dizem que é cinco mas eu não contei, foreign affair, take a trip in the air, to a tropical beach, an island to reach, a new territory, an intimate story, blá, blá, blá…
digo eu, que sou absolutamente fã.

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* yes it is!

tenho um pelo branco na sobrancelha esquerda!

[post dedicado aos meus amigos João e tm – e não digam que vão daqui!]

… esta minha ida ao dentista. a consulta durou 55 minutos. parecido com uma sessão de psicoterapia.
ao abre boca-fecha boca perdi-lhe a conta. não sei quantas fotografias, porque a trampa do flash estava com nojo e não disparava em condições – mas a luz era suficiente para me cegar.
morder cera. devagar. com força. tirar moldes, com a pasta a semi-escorregar pelas goelas abaixo e eu a fazer um esforço demoníaco para não me engasgar e cuspir aquela merda toda contra o vidro da janela que dá para o clube dos empresários, coitado esse que também parece que já está falido.
depois tive que colocar um andaime que ficava preso entre os ouvidos e o nariz. para depois me ser colocada uma coisa dentro da boca que era aparafusada ao dito cujo.
no recibo tenho esta linda descrição: moldag/mod estudo-análise oclusal articulador. amén!

[entremeado com isto, nos intervalos, eu a contar a minha guerra com o senhor polícia no Mude e a dar gargalhadas monumentais. portanto, em tudo semelhante às minhas sessões com a Rute.]

não tenho medo, nada me chateia, a não ser ter de estar ali de boca aberta feita peixe fora de água!

[na tv está a passar aquele programa que mostra os concursos de beleza de meninas pequeninas – nada melhor para ter vontade de vomitar! malucas destas mães. taradas. só com um enxerto! e não, não era um enxerto de neurónios. era de porrada, mesmo!]

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qualquer lugar que se ilumina, quando a gente quer amar

passei o dia a ver televisão, a comer e a dormir.

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não é isso mesmo que se faz no inverno?

(talvez seja mesmo tempo de deixar o tempo passar por mim, em vez de querer eu passar por ele. ficar parada, sentir a brisa contornar-me o perfil, ziguezaguear pelos cabelos e esperar. daqui a meio ano faço 50 anos. acho que ainda tenho tempo suficiente para me preparar.)

* tenho tanta dificuldade em me exprimir! talvez por isso tenha um blog.

e não, não é para uma actividade lúdica de sado-maso, à moda de Grey.
é mais para me fustigar: acabei de mandar uma mensagem em que escrevi ‘safaste’ em vez de ‘safas-te’.
que vergonha, carago!

… mas amanhã será melhor, espero.
para começar a bombar a sério.

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sou uma mulher simples, de desejos simples. para além de saúde para mim e para os meus pais, só desejo continuar a ter trabalho remunerado.
o resto eu resolvo, não te preocupes.

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e como não há mesmo como fugir… 2013 aqui estamos nós! (noutros tempos eu até fazia balanços…)

até porque não é preciso fazer nada para que ela aconteça.
portanto, siga!
até para o ano!

hoje tirei duzentas fotografias. três estão qualquer coisa de bom e diferente!

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não sei se lá chegarei.

com o pretexto da crise, há muita cobardia que se apresenta cheia de glamour sob a capa da prudência e bom senso!

# Uma das coisas que me fizeram sofrer em criança, foi nunca ter enfrentado qualquer adversidade. Encontrava-me confinada a uma sensação de irrealidade… E, por mais absurdo que pareça, a sensação de imunidade era dolorosa. (Diane Arbus)

in Ensaios sobre fotografia de Susan Sontag

… que as pessoas não conseguem fazer o seu trabalho sozinhas. 
não me parece nada que dois nabos juntos façam melhor trabalho.

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… que eu nem sei como raio é que eles descobrem descobriram o caminho para engravidarem as mulheres, foda-se!

sou o mais possível a favor dos presentes em segunda mão. nem tem sequer que ver com a crise, sempre fui assim. para mim, desde que me dêem uma coisa de que eu gosto, não me faz espécie alguma que ela já tenha sido utilizada por outra pessoa. é novidade na minha mão e é esse o conceito que eu tenho de presente. acho um disparate haver coisas que estão em bom estado, que quem as possui não as utiliza e não liga nenhuma e as tem paradas sem serventia (e olhem que eu sou de guardar até a porcaria do papel amachucado que inadvertidamente enfiei dentro da mala em vez de ser no caixote do lixo). e ao contrário daquilo que, dizem, é apanágio dos filhos únicos, eu gosto muito de partilhar.
isto tudo para dizer que me ofereceram um presente em segunda mão, que eu gostei muito: uns patins em linha. praticamente novos. que deslizam bué da bem, porque eu já andei neles. e eu fiquei tão contente como se eles estivessem a sair novinhos em folha da caixa.

eu reflicto, mas não sei se gosto do reflexo.

[a racionalidade para que serve?]

eu ___________________________ mundo

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it don’t mean a thing

very nice trabalhar ao som da Marginal.

… mas há alturas em que a melhor forma de descansar é ir trabalhar!

muio bom dia.
(preciso de emagrecer cinco quilos. podia muito bem ser um propósito de ano novo, mas estou à espera que eles desapareçam assim da mesma forma como deixei de fumar: de uma hora para a outra.)

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… companhia desfeita.

pronto, para mim já chega de natal e etc e tal.
acho que se chegar ao dia em que não tenha pais (e deus queira que assim seja, porque seria demasiado injusto para eles se fosse o contrário), vou ocupar o meu natal a viajar ou a fazer voluntariado.

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o meu pinheiro de Natal, num muro em Telheiras.

hoje depois do almoço andei a viajar pelos anos quarenta, através das palavras dos meus pais. a propósito da fome, que a minha mãe diz que nunca passou, embora às vezes se comesse mais qualquer coisita – havia sempre um caldo de feijões, quanto mais não fosse, cozinhados na panela de barro que estava à lareira, mas era sempre a mesma coisa, e quando era sardinha, dividia-se por três. o que calhasse com a cabeça comia menos, mas estava mais tempo entretido, disse-me.
o meu pai falou de ir para a escola descalço ou com os chinelos da minha avó. e eu perguntei-lhe o que é que seria pior, se ir à escola ou calçar os chinelos da mãe. claro que ele respondeu que era ir à escola. a minha avó costumava ir atrás dele para se certificar que não ficava na mata a brincar. dizia ele que poucos eram os que tinham sapatos. naquela fotografia da escola, eu estou no meio e não se vê, mas quase de certeza que estou descalço. eu fui buscar a cópia que tenho dessa fotografia e, de facto, o meu pai não se vê, mas há uns dez meninos na primeira fila e só três é que estão calçados.

(quase tudo do que sou devo a eles. grande parte do que tenho, foi-me dado por eles. mas o maior legado é aquela capacidade para encararem a vida com coragem para lutarem pelo que gostam e serenidade para aceitarem o que a vida lhes dá, ainda que seja menos bom.)

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passados dois anos, fui tropeçar nisto! e é fabuloso e toca no meu Smartinho com o som no máximo!

… aquelas pessoas que passam a vida a queixar-se de que tudo lhes acontece: azares, doenças, zangas e o diabo a quatro.
devem pensar, certamente, que são umas vítimas do universo. que existe uma conspiração cósmica contra si.
pachorra!

estou cheia de vontade que eles venham. de repente, deu-me uma saudade imensa dos meus pais. tê-los fora do seu ambiente, que é quando estão mais descontraídos e se deixam levar para todo o lado. não consigo, verdadeiramente, sentir essa coisa do natal. eu acho sempre que tenho de sentir tudo de forma exacerbada, como se fosse algo de extraordinário. e, por isso, como não me disponibilizo a ir de encontro às coisas, fico sempre naquele meio caminho, entre o não sentir e o sentir. que não é carne, nem é peixe, é assim a modos que uma coisa construída em laboratório, sem sabor que se retenha.
mas, o facto de me reunir com os meus pais, traz uma sensação boa. se é de natal, se de carnaval, não interessa nada. e tenho um propósito, que desejo muito conseguir pô-lo em prática. quero estar o mais tranquila possível e não me irritar por ter o meu tempo e o meu espaço invadidos. e desfrutar da sua companhia.

[e agradecer a Deus, sim aqui já começo a crer, por eles estarem tão bem. por serem autónomos, terem projectos e serem profundamente descontraídos, descomplicados e muitíssimo bem dispostos – yah, é só virtudes! os traumas eu resolvo com a minha Rute.]

… parece uma corrida de galinhas sem cabeça. a andarem desvairademente e aos ziguezagues de um lado para o outro.

[se não fosse tão, mas tão triste e preocupante, até dava vontade de rir. eu rio-me na mesma, mas deve ser a minha costela qualquercoisapata.]

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(em fotografia)
os exercícios práticos são fundamentais para se dominar a técnica.

… mas a minha religião não me permite.

(ainda assim, sempre vou dizendo que a solução para o Sporting, seria fazer como fazem naqueles clubes pequenos das terreolas, quando os homens já se cansaram do brinquedo e lixaram as finanças todas: ir buscar uma dúzia de mulheres daquelas bem tesas, de mangas arregaçadas, em que cada uma faz duas ou três funções. nada de mangas de alpaca, nem doutores, nem engenheiros. isto sou eu com os nervos.)

podia muito bem ter sido feito ao som de “Dark Side of The Moon”, o caminho ao longo da marginal, mas não – foi outra coisa qualquer.
há qualquer coisa de fascinante no amanhecer com nevoeiro. por detrás dos silos da Trafaria,o sol tentava romper através das nuvens. do leito do rio, levantava-se, indolente, o nevoeiro que tinha contido a maresia durante a noite – suponho que seja para isso que serve o nevoeiro sobre a água salgada. para mim bastava que lá estivesse, mas dizem que todas as coisas têm o seu propósito. no limite, interpelarem-nos. e, digo-vos, já não é coisa assim tão pouca.

[gosto daquela sensação de sentir o óleo quente a tocar-me a pele e logo de seguida as mãos da Madalena percorrerem-me as costas, do fundo até ao pescoço. começar a manhã com uma massagem de uma hora e um quarto é f.a.b.u.l.o.s.o.]

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criem um espaço interior de liberdade.
quando se derem conta, ele já será exterior.

em Paço de Arcos estava perto, perto de um dia de Primavera. gostaria o mesmo para Lisboa, se faz favor!
[não sei para quê, visto estar o dia todo enfiada num escritório a contabilizar documentos – coisinha mais triste, Senhor!]

com a maior parte do pessoal de férias, sabe muito bem este quase silêncio.

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obrigada por me teres dado força para não desistir. obrigada por todas as pedras que encontrei no meu caminho, nestes últimos dois anos. fizeram-me parar, obrigaram-me a reflectir e a decidir que uma parte do meu caminho teria que ser indubitavelmente trilhada sozinha. sofri como ainda não tinha sofrido e, naturalmente, não tinha crescido. reaprendi a tomar conta das minhas coisas, melhor do que antes. e, finalmente, virei-me para dentro, reclamando agora a atenção e o cuidado que sempre pus nos outros. deixei projectos que tinha e assumi outros. corri alguns riscos, mas senti que haveria de ser recompensada.
e fui. como uma legitimação da minha escolha.
e, pela primeira vez na minha vida, senti que precisava de agradecer de forma mais reverente. que deveria entregar a felicidade que estava a sentir, mais pela legitimação do que propriamente pelo significado da recompensa. e fui.
entrei, ajoelhei-me e tentei de forma arcaica comunicar. em silêncio, de cabeça baixa, olhos fechados. ao fundo ouvia-se as palavras da missa. e agradeci. como pude e consegui. e comecei a ouvir o blowing in the wind a sair do orgão. senti que tinha sido entregue a minha mensagem.

dou por mim a pensar que às vezes, de forma completamente absurda, sou tão defendida e racional que até mete fastio.

a manhã traz um sol de cor quente, não sei se da cor das casas se por qualquer outro fenómeno da natureza. o rio está, há vários dias, banhado pelo nevoeiro. lá ao longe, a ponte sobre o tejo ora se vê, ora não se vê. a cor da água hoje era de um cinzento chumbo, ali quando se passa a curva dos pinheiros. o trânsito estava simpático, não que eu lhe dê particular relevo, porque estou-me pouco marimbando para os outros. e não ando mais depressa só porque estou atrasada. procuro compensar essa falha com qualquer outra competência que possa ter, mas recuso-me a ficar stressada a caminho do trabalho. tanto que hoje vim o caminho todo a ouvir Brahms e a apreciar, com alguma inveja, um BMW 2002 que vinha à minha frente. assim de repente, esse carro faz-me regressar ao ano de 73 e a uma cidade que hoje se chama Menongue, mas na altura era Serpa Pinto.
ah, e o BMW era branco.

outros astros lhe são guia

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todas as fotografias aqui reproduzidas são da autoria de ©Anabela Brito Mendes, excepto se forem identificadas.

acordo ortográfico

não sei como se faz e nem quero saber!

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