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(*) que nos impedem de avançar
aquela dificuldade que sentimos em comunicar aos outros decisões difíceis, com a desculpa da preocupação com o sofrimento alheio, para além de uma grande falácia, não é mais do que uma grande falta de respeito para connosco e uma autoestrada aberta e sem portagem para ficarmos doentes, deprimirmos e outras coisas por aí adiante!
a facilidade com que metemos os outros em primeiro lugar na nossa vida é doentia!
onde teremos aprendido isso? quem nos terá deixado tal legado? e a quem iremos nós deixá-lo, essa é a questão mais pertinente e importante.
hoje vou fazer uma coisa diferente. espero.
não é isso mesmo que se faz no inverno?
(talvez seja mesmo tempo de deixar o tempo passar por mim, em vez de querer eu passar por ele. ficar parada, sentir a brisa contornar-me o perfil, ziguezaguear pelos cabelos e esperar. daqui a meio ano faço 50 anos. acho que ainda tenho tempo suficiente para me preparar.)
* tenho tanta dificuldade em me exprimir! talvez por isso tenha um blog.
dou por mim a pensar que às vezes, de forma completamente absurda, sou tão defendida e racional que até mete fastio.
para o bem e para o mal, a minha maior característica.
sete ciclos de sete anos. a minha vida até agora. e, de repente, sai de dentro de mim uma necessidade de alterar todo o meu paradigma. de abrandar o ritmo de viver. de trocar os estímulos externos por sensações mais interiores. resumidamente, dar menos para fora, conter a energia que tenho em mim dentro de mim e reflectir. juntar todas a partes do meu corpo ao longo da minha coluna. centrar-me nisso. e daí para fora. por cada segundo de satisfação que der, tenho que ter no mínimo segundo e meio de volta. doutra forma dou mais do que recebo.
deixei o futebol. inesperadamente. melhor dizendo, abruptamente. tal como quando deixei de jogar. tal como quando deixei de fumar. aquilo que parece uma acção irresponsável, tirando a parte do fumar, é tão somente o reflexo de muita meditação sobre o assunto e a coragem de assumir o que é melhor para mim, indepentemente daquilo que terceiros possam inferir. acho que tenho uma capacidade natural para fazer bem às pessoas, mas somente quando estou profundamente envolvida. quando não estou, para além de ficar insuportável, é muito mau para mim. e eu já não quero coisas más para mim. tanto quanto eu puder controlar, não será assim!
a minha mãe é uma máquina. uma força da natureza. revejo-me em algum do seu modelo e durante anos achei que tinha de ser como ela. e senti o peso da responsabilidade de estar à altura, igualando, de todo o seu legado.
felizmente, deixei-me disso. nunca vou ser como ela, claro. tenho muito dela e isso faz de mim a pessoa que sou. mas nunca vou ser como ela, claro, e isso agora deixa-me feliz, tranquila e mais apta para perceber o quão poderosa ela é! e aceitar e assumir todo o poder que tenho, também.
bom fim de semana. estou feliz. e sinto que serei feliz para o resto da vida.
“- Aprender – dizia o Gordo à maneira dos sufis – é como encontrar-se com um pêssego. No início, só se vê o áspero e rugoso. O fruto não parece muito atraente nem tentador; mas, depois de passar a primeira etapa, descobre-se a polpa e a aprendizagem torna-se sumarenta, doce e nutritiva. Muitos quererão deter-se nesse momento, mas crescer não termina aqui. Em seguida, encontramos a madeira dura do caroço. É o momento de questionar tudo o que o antecedeu, é o momento mais difícil. Se nos atrevermos a transpor a casca dura do apego ao que era sumarento e tenro, se conseguirmos juntar o novo ao velho para tirar partido de ambos, chegaremos à semente. O centro de tudo. A potencialidade absoluta. O gérmen dos frutos novos. O início de um novo ciclo de aprendizagem, ao qual só se pode chegar atravessando esse vazio a partir do qual tudo é possível.”
in Conta comigo – Jorge Bucay
tão difícil, abdicar de alguém de quem gostamos e que gosta de nós.
ter mães de personalidades muito fortes, ao contrário do que se possa pensar, não nos traz só coisas boas!
ou melhor, traz-nos coisas boas que depois se podem tornar amargas.
a minha sessão de ontem.
(comi três rebuçados bola de neve)
esta noite sonhei com o velório da minha prima que morreu em fevereiro. ela no caixão a falar connosco. viva da silva, mas com cara de defunta. aquele ar macilento que os mortos de doença oncológica carregam. mas sorria. e se inicialmente só falava com a família, ou era eu que achava que seria assim, depois já estava a falar com os amigos, até que acabou mesmo por sair do caixão.
e os filhos? oh meu deus, eu a ver os miúdos, a pensar que não deveria ser nada bom que eles vissem a mãe assim, criando uma falsa ilusão de que afinal estaria viva. foi uma canseira.
[o final do dia de ontem foi propício a sonhos terapeuticos. não faço ideia do que este representa. não quero saber. fiquei com saudades da Ilda, da sua serenidade, do seu sorriso mesmo quando já sabia que não haveria muito a fazer. de resto, estou numa fase muito feliz e tranquila da minha vida.]
[bem que me apetecia colinho, ontem, e levei uma tareia que vai lá vai!!]
tinha uma ideia na cabeça, abri o wordpress e, enquanto me distraí a falar com os meus colegas, esqueci-me.
[ontem tive um final de dia difícil. a minha sessão com a Rute não foi nada simples e terminei a noite com uma reunião, de quase duas horas, que me esgotou. quando fui para casa ia tão cansada e tão exausta que só me apetecia chorar. também pela frustração. que merda!]
… mentalmente. o que eu precisava de uns miminhos e tal.
(sim, Rute, tem toda a razão. até na bola eu dou demais!)
tento juntar todos os pedaços que se deixam apanhar e fazer qualquer coisa com eles.
*
o que foi que me aconteceu?
do sítio do costume
… que eu levei ontem e nem me dei conta!
… de viver na tangente. de carro que embate com a roda no lancil e fica com a direcção desalinhada.
às vezes olho para a outra margem e dá-me uma certa saudade de umas tardes de primavera de um longínquo ano de dois mil e tal.
do calor do amparo, do mimo, da minha amiga bé.
a vida nem sempre caminha para melhor, apesar de tudo fazermos para que assim seja. há felicidades que não se recuperam e as outras, que as substituem, nem sempre têm o sabor doce da tranquilidade e da despreocupação.
pareço triste?
não estou de facto muito feliz. mas é somente o reflexo de um caminho que trilho para chegar à autonomia. ao desapego. ao eu.
queria o quadro do anjo da guarda, para decorar a minha nova casa. ela, a mãe, diz que não o tem. que nunca o teve. eu juro que o vi. ela diz-me que não. eu vejo um anjo enorme a zelar por umas criancinhas. ela, a mãe, diz que podia ter sido em casa da avó. mas o que eu sinto, onde me situo é no seu quarto.
não houve anjo da guarda? não consigo acreditar. fico neste mistério. agora que o trabalho se aproxima do fim, que já só faltam os acabamentos, era bom trazer algo do passado para o sentimento do presente.
… uma excelente sessão com a minha Rute, hoje!
[eu sentia e acreditava que conseguiria. mas tive meses de muito sofrimento, muita angústia, muito carrossel. mas fixava-me no longe, depois das ondas que se formam perto do Bugio, onde as correntes se cruzam – para lá disso. sabia que era ali que eu queria estar. às vezes dói muito e entendo quem não consiga ou quem não tente sequer. é uma verdadeira maratona. mas sentir a mudança, a mudança feita por nós e, mais importante, para nós, é uma sensação indescritível.]
agarrei no braço de uma colega e fiquei com um cheiro na mão que me reporta à infância…
há trabalhos tão difíceis de executar…
[dia de vento, embora com uma luminosidade capaz de fazer ver o mais ínfimo pormenor dos pormenores. barcos que balançam ao ritmo das águas, que ontem eram calmas e hoje se agitam. é o vento. o vento que agita o conforto. conforto que sabe bem. o bem que se pratica com a melhor das intenções e tem repercussões inimagináveis. imagino-me noutra vida e ponho tudo em questão. as respostas aparecem lentamente. há uma sessão de carrossel, quando estou preparada para a tranquilidade. o vento que agita as águas. os barcos que dançam sob o sol. a luminosidade que me faz sonhar com uma praia tranquila. hei-de lá chegar.]
… e a perfeição é inalcançável.
[Rute, já tenho saudades suas. preparadita para uma sessão bem disposta? é que se for para me moer a cabeça, passo. ando a ler um livro muito interessante e não me apetece desperdiçar tempo.]
tenho aqui uma questãozinha para colocar à minha Rute.
agora não consigo elaborá-la por escrito, mas fica agendada.
[Rute, digo-lhe já daqui, embora nem venha aqui ler: hoje não me apetece nada falar, estamos entendidas? obrigada.]
com a troca das sessões com a Rute, de segunda para a quarta, voltei à sala onde fiz terapia há sete anos.
foi uma sensação muito engraçada. voltar ao sítio onde me estreei verdinha de todo.
no outro dia perguntaram-me se a terapia não era um vício. respondi de imediato que não. não preciso de pensar muito sobre o assunto. nem considero, sequer, que seja uma muleta. é assim uma espécie de curso. fiz o nível básico da primeira vez. e agora estou num nível superior – em tudo, nomeadamente na dor que provoca o estudo tão profundo.
mas, depois disto, sei que estarei muito bem. e aquilo que terceiros possam pensar, sobre o facto, é-me absolutamente irrelevante.
[já tive muita gente a referir-se à terapia, à minha inclusive, com algum desdém e superioridade, tipo eu não acredito nada nessas merdas e sou suficientemente capaz e dotada para resolver as minhas questões. por acaso, só mesmo por acaso, certamente, eu nunca dei os trambolhões que já vi essa gente dar, mas pronto, o acaso faz parte da vida, sei lá!]
estou tão cansada!
isso, ou fome.
isso e fome…
[vou masé comer um bitoque. preciso de carne e batatas fritas e ovo estrelado. todas essas merdas que os puristas dizem que fazem mal. quero que se foda! e coca-cola. não há nada como uma coca-cola!]
[viver comigo é uma tarefa nada fácil.]
existo há muito tempo: tenho cabelos brancos, rugas que já não são de expressão, a pele a ficar enrugada, apesar de gente maluca, ou cega, às vezes me dar menos dez anos do que tenho.
vivi aos bocados, sem nunca mergulhar a sério.
objectivamente, o que desejo é viver na plenitude o resto do tempo que a vida me der. sem coisas que se arrumam na gaveta mais recôndita do esquecimento, dificuldades que se sublimam, defesas que se levantam com receio do que nos possam provocar certas vivências. quero viver tudo sem subterfúgios. é difícil, mas eu sei que vou conseguir.
[seria muito mais agradável ter como objectivo ganhar muito dinheiro para comprar coisas, viajar sem limitações, como eu gostaria de ter nascido com essa aptidão, juro! mas, lamentavelmente, não tenho jeito nenhum para ser materialista. hei-de ser sempre uma remediada, a contar tostões. uma remediada de caracóis e um sorriso permanente quando deitar a cabeça na almofada.]
que adormeço no sofá da Rute…
ontem, em determinada altura da sessão, dizia-me a Rute:
“aNa, eu não julgo. este espaço aqui é seu, pode dizer o que quiser, pode dizer palavrões, pode zangar-se comigo, pode sair a meio da sessão e bater com a porta, que eu estarei cá na mesma na próxima sessão. pode fazer tudo, só não me pode bater.”
claro que por breves momentos eu ainda tive os lampejos de defesa, que tanto me caracterizavam, e veio-me à ideia dizer-lhe qualquer coisa maliciosa, mas não disse.
não disse, porque na verdade não tenho quaisquer pensamentos maliciosos com ela, mas também porque já não tive necessidade de fugir. e, como se sabe, o humor é uma das defesas mais eficazes.
mas ainda me deu vontade de sorrir quando o pensei. se me lembrar na próxima sessão conto-lhe.
é fantástica a relação que começo a ter com ela. mas o mais fantástico é que a disponibilidade dela está somente relacionada com a minha entrega. e isso deixa-me um sabor muito bom na boca. (na boca, estão a ver. é mentira, deixa-me um aconchego muito grande no peito, porque sinto trabalho feito. é fodida esta merda, eu não disse?)
o processo terapêutico assemelha-se a uma caminhada, em que se começa a puxar um menir e quando se acaba ele está transformado numa gravilha.
eu, como tenho a mania que sou mais do que os outros, não me contentei com o menir e arranjei mesmo uma pedreira!
.
sou tão fofinha comigo!
estou tão cansada, caraças!
(vou comprar verniz)
há palavras que dizemos que nos arrancam pedaços do coração. não o fazem com um corte cirúrgico, munidas de um bisturi que ao mesmo tempo que corta, estanca o sangue. não. rasgam como um chacal faz com o corpo morno da presa.
saem-nos da boca e sangra-nos o peito, completamente esventrado, como se do próprio ventre se tratasse.
talvez por isso demoremos tanto tempo a pronunciá-las. escudamo-nos no receio do impacto que elas venham a ter na pessoa a quem nos dirigimos, mas a verdade é só uma: estamos antes a fugir da dor que elas nos irão causar.
há palavras que dizemos que preferíamos não dizer. mas fazê-lo torna-se uma necessidade, que nos causa um formigueiro e um mau estar, que antes sangrar.
há palavras que dizemos, que nos fazem sangrar, mas que nos dão a esperança de um apaziguamento futuro.
.
curiosamente, sangra-se mas fica-se com os brônquios mais libertos.
já fui bem mais jeitosa.
mesmo em frente à marginal, a sair da barra, passa um cargueiro com a ponte toda iluminada.
fico a vê-lo passar. fascinam-me aquelas luzes.
encaminha-se lentamente para o alto mar.
se vai carregado, se veio só descarregar, é coisa que não transparece no leve deslizar das águas brandas desta costa.
invejo-lhe a imponência da marcha (que me parece) lenta. indiferente às toneladas que move, segue objectivo e tranquilo.
…
sete anos após e volto a desejar a mesma coisa: tranquilidade.
…
..
que maldito vento este que me arrancou as ideias da cabeça, sinto os cabelos a separarem-se de mim, toda a racionalidade a desintegrar-se nas rajadas que me fustigam pelas costas, pela frente, oh piedade que já não aguento mais!
.
foi o melhor que conseguiste, eu sei. foi pelo melhor que o fizeste. mas, sabes, podias ter feito um pouco melhor. ou talvez menos. estar-te-ía mais grata.
… … …
é como a minha Prima diz que anda este blog.
nunca antes tinha sentido tanto, como quando ouvi a palavra, o quão este blog me espelha.
e nem consigo avaliar neste momento se isso é uma coisa boa, se má.
[vou arrancar-te todinha de mim. sangrar quando os tendões e ligamentos, que são os mais difíceis de descolar, se separarem de mim. vou arrancar tudo. de ti só quero ficar com o afecto.]
e ainda nem são seis horas: dói-me a cabeça, tenho sono, só me apetece dormir…
tão fofinha que eu sou! a juntar a isto, por volta das seis estarei cheia de fome e fica o palco montado!
… paz!
(que pena não me leres o blog e eu [ainda] não ter a irreverência para te gritar isso!)
o salame de chocolate da casa de chá do metro do campo grande é muito bom!
uma gaja sente que está a fazer caminho e, no entanto, há alturas em que se sente tão insegura…
foda-se para isto!
hoje é terça-feira. dia de digerir.
[sou uma pessoa grata por todas as pessoas que gostam de mim. tenho muitas pessoas que gostam de mim, de facto. e procuro não me esquecer disso. que me dedicam afectos delicados e que ficam felizes quando lhes retribuo de igual medida. tanta gente que tenho na minha vida e nenhuma delas substitui outra.]
está sol. não sei se está frio. não o senti quando entrei no carro. e, hoje, o que eu quero é abrir o meu coração, para todos os que o queiram receber. passaria de bom grado o dia inteiro a conversar ao sol. a apaziguar os menos tranquilos.
[tamanha tareia que levei ontem. ela dizia-me que não. eu que sim. fiquei profundamente irritada. acho que nunca me tinha zangado assim.]
esta merda até pode fazer bem, mas às vezes sabe tão mal!!!
conforme avanço, as cores modificam-se, as palavras contêm-se.
é azul, é dourado, é cinzento, é laranja.
esconderijo. casa. quarto. cama. estrada. nuvens. frio. insegurança. medo. incerteza. amor. carinho. desejo.
fugiste-me? renegas-me? não me falas? tens medo do que ouves?
como chegámos a este ponto? ou não chegámos, fui só eu que fugi para não me magoar?
por não aguentar mais que me perguntes coisas para as quais as respostas que tenho não são suficientemente claras para te apaziguar os dias? quem sabe os últimos dias?
deveria ter medo desses dias?
sabes, eu tenho. tenho medo de que chegue o dia em que eu já te possa responder e tu já não estejas aí. estejas somente dentro de mim, na memória.
nessa altura talvez me encharque de anti-depressivos.
até lá, deixa-me tentar fazer isto assim. demasiado lentamente para ser caminho verdadeiro, mas ainda assim dando-me essa falsa ilusão.
não consigo orientar-me neste labirinto que percorre a minha cabeça.
será hoje que fico em branco?
(…) porque eu sou feita pro amor da cabeça aos pés e não faço outra coisa do que me doar (…)
Rosas, Ana Carolina
assumir a mudança é aceitar passar por todas as etapas que me aparecem. é aceitar a experiência de viver novos padrões, nomeadamente aqueles que colidem de frente com os que tinha confortavelmente instalados.
é viver tudo isso, procurando não rejeitar sem apreender tudo o que puder. é sentir-me profundamente assustada às vezes, é questionar-me permanentemente do sentido que me faz este caminho, é estar no skywalk do grand canyon.
é sentir uma estranha atracção por aquilo que a olho nu me parece um abismo, mas ao mesmo tempo ter uma confiança profunda no que sinto e me faz avançar.
* de uma velhinha canção dos Black Sabbath (que um dia uma ex-namorada me deu a ouvir, depois de eu me ter portado muitíssimo mal)
necessidade urgente de colocar em palavras o que se modificou em mim. quando o conseguir fazer, sentir-me-ei mais leve. liberta. e mais responsabilizada, também, o que é de facto o busílis da questão.
[sou escrava das minha palavras. o que digo, compromete-me.]
de tornar as coisas mais pesadas do que elas já são!
não procurar ajuda é tão difícil como aceitar ajuda.
… espero alcançar independência e fé.
não é nada fácil.
para gente incompetente!!
(sim, estou a falar de mim…)
esta merda pode vir a ter (*) efeitos práticos muito bons, mas custa pra caraças!!!
(*) terá, certamente, ou eu não me chame… o que me chamo no BI!
sou muito lenta a elaborar mudanças e a concretizá-las. e preguiçosa, também.
sinto dentro de mim, como uma máquina afinada, um trabalhar cadenciado e sistemático.
já não é trabalho de empreitada, tipo colocar o telhado antes que comece a chover e depois reboca-se as paredes.
não. é mesmo a tranquilidade de trabalhar a mudança. não sei o que conseguirei, sei, no entanto, o que pretendo atingir.
e talvez, por estar assim tão virada para mim, não me saia nada para escrever.
fazer um caminho concertado.
“esperançada em acreditar” é uma coisa muito tolinha de se escrever, senhores!
Rute, aqui vou eu! prepare-se!
que eu neste momento ando com um jipe. é que estou, quase permanentemente, com a tracção às quatro rodas ligada.
[nem sei se estou demasiado ligada à terra, se pelo contrário, nunca me liguei o suficiente, de forma a prevenir que agora me sentisse tão a deslizar.]
peguei nos manípulos da escavadora e comecei a revolver terra.
[nota: o que tinha pensado inicialmente era escrever ‘revolver a terra’, mas saiu-me ‘revolver terra’. tão elucidativo, caramba! (às vezes acho que sou demasiado exigente comigo.)]
desejava que o o natal passasse por mim como cão por vinha vindimada, capice?
tipo, risco ao lado, mesmo. não se incomode, siga, siga. e rápido, se faz favor. muito rápido.
[interessante, espantoso mesmo, admirável até, que este blog tenha sido tomado de assalto pelo seu progenitor que mora no blogger, e se manifeste com os mesmos sentimentos que estiveram na sua génese, mas sete anos após. se isto não é ser burra, se isto não é regredir, se isto não é uma coisa perfeitamente idiota, com tantas horas de terapia que já fiz, não sei o que será! minha rica mãezinha, se não fosse já tão tarde, dava-te umas palmadas, juro que dava! oh… não dava nada, deixa lá. eu resolvo isto.]
se eu conseguisse sentar-me à minha frente, do mesmo modo em que às vezes me sento à frente dos outros, levava cá uma rabecada que nem sabia de que terra era!
[ai menina, não mexas essa cabecinha rapidamente, não, que não é preciso.]
actualização:
o que eu havia de me debruçar era na razão porque em vez de escrever “levava uma rabecada” não escrevi “dava-me uma rabecada”.
ai tanto acto falhado, senhores!
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