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Ah, quanta vez, na hora suave
Em que me esqueço,
Vejo passar um vôo de ave
E me entristeço!
Por que é ligeiro, leve, certo
No ar de amavio?
Por que vai sob o céu aberto
Sem um desvio?

Por que ter asas simboliza
A liberdade
Que a vida nega e a alma precisa?
Sei que me invade

Um horror de me ter que cobre
Como uma cheia
Meu coração, e entorna sobre
Minh’alma alheia
Um desejo, não de ser ave,
Mas de poder
Ter não sei quê do vôo suave
Dentro em meu ser.

Fernando Pessoa

 

[já perdi o conto às vezes que este poema apareceu aqui no blog.]

despique

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[João Mota da Costa, Love Room
da série Lunch Time Affair – Chapter I (ten rooms for sex), 2012
impressão digital, 100 x 120cm]

A Câmara Municipal de Lisboa e o Atelier de Lisboa convidam para a inauguração da exposição:

4 projectos #44 semanas #88 horas
Exposição Final do Curso de Projecto

Inauguração: 16 de Março, Sábado, 16h00

Exposição: 17 a 28 de Março de 2013

Visita guiada por Paulo Catrica:
Sábado, dia 23 de Março, 16h

A exposição reúne trabalhos de:
Fernando Brito, João Mota da Costa, José Chambel Cardoso, José Júpiter

Curadoria: Paulo Catrica

Local: Museu da Cidade – Pavilhão Preto, Campo Grande, 245, Lisboa

Horário: Terça a Domingo, 10h-13h e das 14h-18h
Encerra 2ª Feira

Organização: Atelier de Lisboa
Parceria: Câmara Municipal de Lisboa

-/-

o que há a reter disto? tudo.
mas para mim, duas coisas: o Atelier de Fotografia, onde eu sou brutalmente feliz a iniciar-me no mundo da fotografia; e o meu querido prof de Lightroom, de seu nome de guerra José Júpiter.

# Uma das coisas que me fizeram sofrer em criança, foi nunca ter enfrentado qualquer adversidade. Encontrava-me confinada a uma sensação de irrealidade… E, por mais absurdo que pareça, a sensação de imunidade era dolorosa. (Diane Arbus)

in Ensaios sobre fotografia de Susan Sontag

“- Aprender – dizia o Gordo à maneira dos sufis – é como encontrar-se com um pêssego. No início, só se vê o áspero e rugoso. O fruto não parece muito atraente nem tentador; mas, depois de passar a primeira etapa, descobre-se a polpa e a aprendizagem torna-se sumarenta, doce e nutritiva. Muitos quererão deter-se nesse momento, mas crescer não termina aqui. Em seguida, encontramos a madeira dura do caroço. É o momento de questionar tudo o que o antecedeu, é o momento mais difícil. Se nos atrevermos a transpor a casca dura do apego ao que era sumarento e tenro, se conseguirmos juntar o novo ao velho para tirar partido de ambos, chegaremos à semente. O centro de tudo. A potencialidade absoluta. O gérmen dos frutos novos. O início de um novo ciclo de aprendizagem, ao qual só se pode chegar atravessando esse vazio a partir do qual tudo é possível.”

in Conta comigo – Jorge Bucay

daqui

“- só se tiver tudo”

à procura da Mónica (que não a Bellucci) fui dar com isto: ‘Exclusividade prejudica relações amorosas’. espero bem que o link abra e o vídeo se veja, sem assinatura, porque achei a frase “a monogamia vai transformando o casal em irmãos” muito verdadeira e difícil de contrariar.

isto!

“Am I bovvered? Am I bovvered though? Look at my face. Is it bovvered? Arks me If I’m bovvered! Look, face, bovvered? I ain’t bovvered!”

O tempo não cura nada, apenas tira o incurável do centro das atenções.
obrigada, Inês.

e se, a par de escrever, também o praticar, venero-a!

“A melhor prova duma real amizade está em evitar os compromissos entre aqueles que se estimam. Ainda que devendo muito aos que muito me louvam, eu não quero ser-lhes obrigada pela gratidão. Mas sim grata porque estou com eles, devido a circunstâncias que a todos nós agradam e são um laço mais entre nós, sem constituírem um dever. Eu pretendo dizer da amizade o que Diógenes dizia do dinheiro: que ele o reavia dos seus amigos, e não que o pedia. Pois aquilo que os outros têm pelo sentimento comum não se pede, é património comum. Neste caso, a amizade.”

Agustina Bessa-Luís, in ‘Dicionário Imperfeito’

“(…)
Um desejo, não de ser ave,
Mas de poder
Ter não sei quê do voo suave
Dentro em meu ser.”

Fernando Pessoa

em dia de pré-euforia europeia, Euro 2012, um artigo que acho fabuloso!

XLVI

Deste modo ou daquele modo.
Conforme calha ou não calha.
Podendo às vezes dizer o que penso,
E outras vezes dizendo-o mal e com misturas,
Vou escrevendo os meus versos sem querer,
Como se escrever não fosse uma cousa feita de gestos,
Como se escrever fosse uma cousa que me acontecesse
Como dar-me o sol de fora.

Procuro dizer o que sinto
Sem pensar em que o sinto.
Procuro encostar as palavras à idéia
E não precisar dum corredor
Do pensamento para as palavras

Nem sempre consigo sentir o que sei que devo sentir.
O meu pensamento só muito devagar atravessa o rio a nado
Porque lhe pesa o fato que os homens o fizeram usar.

Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro,
Mas um animal humano que a Natureza produziu.

E assim escrevo, querendo sentir a Natureza, nem sequer como um homem,
Mas como quem sente a Natureza, e mais nada.
E assim escrevo, ora bem ora mal,
Ora acertando com o que quero dizer ora errando,
Caindo aqui, levantando-me acolá,
Mas indo sempre no meu caminho como um cego teimoso.

Ainda assim, sou alguém.
Sou o Descobridor da Natureza.
Sou o Argonauta das sensações verdadeiras.
Trago ao Universo um novo Universo
Porque trago ao Universo ele-próprio.

Isto sinto e isto escrevo
Perfeitamente sabedor e sem que não veja
Que são cinco horas do amanhecer
E que o sol, que ainda não mostrou a cabeça
Por cima do muro do horizonte,
Ainda assim já se lhe vêem as pontas dos dedos
Agarrando o cimo do muro
Do horizonte cheio de montes baixos.

(Alberto Caeiro)

Quando era criança
Vivi, sem saber,
Só para hoje ter
Aquela lembrança.

É hoje que sinto
Aquilo que fui
Minha vida flui
Feita do que minto.

Mas nesta prisão,
Livro único, leio
O sorriso alheio
De quem fui então.

(Fernando Pessoa)

[olhar à volta é viajar da forma mais económica que existe]

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços…

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca… o eco dos teus passos…
O teu riso de fonte… os teus abraços…
Os teus beijos… a tua mão na minha…

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca…
Quando os olhos se me cerram de desejo…
E os meus braços se estendem para ti…

Florbela Espanca


[mahoney joe]

muito, muito obrigada.

sabes, ser assim não é por nenhum gesto magnânimo. é mesmo só porque é o que menos trabalho me dá!

quem sabe então assim

“(…) Para terminar e retomando o fio à meada, peço um favor: elogiem-me à vontade, insultem-me quando vos apetecer, mas não me mandem mensagens a oferecer o ombro, a consolar-me, a achar que sou uma desgraçada de uma mãe sozinha, deprimida, suicida. Há quem aprecie esse tipo de lambuzadelas peganhentas, com consistência de ranho e cheiro putrefacto de traques inaudíveis de velhinha (sei do que falo). Não suporto a mediania de tais sentimentos. Provoca-me brotoeja, prurido, náusea, cefaleias e taquicardia.(…)”

é isso tudo. tudo, mesmo.

thank you!

” (…) Loira, cheia de pulseiras de pechisbeque, tem um smart e já leu quatro vezes o livro da Carolina Salgado. (…)

olha, minha querida, eu confesso que nem tive coragem de dizer que também tenho um, mal tu te dispuseste a irmos almoçar amanhã. foi cobarde, mas sei que tu relevas isso pelo quanto gostas de mim!

… quando encontramos assim uma coisa tão bonita e tão bem escrita!

obrigada, maria, minha kamba! muito, muito bom!

vamos nós bater à porta dele? será assim tão fácil?

Se calhar, esta é uma das vantagens de os anos passarem por nós: aos quarenta, sinto mesmo que o que mais interessa é ser-se feliz porque o tempo voa e que isso também passa – e muito – por facilitar a felicidade dos outros.  Parece-me simples.

ide lá ler o resto, que a Vieira escreve sempre muito bem!

ALELUIA!*

* ou haja deus! 
(se pensavam que era fácil viver com ela…)

(…) a gorda é uma querida e atende-me sempre o telefone (…)

a gorda é uma querida? uma querida? olha lá, miúda, queres estragar-me a reputação??
(eu não sou uma querida. eu sou uma bué de querida!!! tu é que não tinhas reparado. e a maior parte das pessoas ainda não reparou – e ainda bem, pois não há tempo para gerir um fan club)

porque é importante cuidar do que se gosta – e de quem se gosta.
(será assim tão difícil entender isso?)

(…) É por altruísmo maternal que muitas preferem prescindir da sua felicidade para poderem continuar a desempenhar o seu papel de mães. (…)

sendo que altruísmo significa egoísmo, não Blue?
esta questão surge porque, para além da dificuldade que existe na separação dos filhos, e acredito que cada vez mais essa dificuldade seja igual para pais e mães, sinto que há um pouco a ideia enraizada, nas mulheres, que as mães são sempre mais capazes de criar os filhos, do que os pais.
e eu, como sabes, não sou uma coisa nem outra, mas tenho imenso interesse pelo assunto, mais até pelo lado dos filhos.

Como será, se ambas sofrerem TPM e a data de ambas coincidir? Matam-se uma à outra?quase, Clara, quase! eheheheh!
excelente post!

no que deu um bacalhau assado que eu desdenhei…

correio

meiavolta(at)gmail(dot)com

fotografias

todas as fotografias aqui reproduzidas são da autoria de ©Anabela Brito Mendes, excepto se forem identificadas.

acordo ortográfico

não sei como se faz e nem quero saber!

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