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quando se perde o hábito de escrever, recomeçar consegue ser uma coisa bastante difícil.
sempre me apareceram as ideias nos sítios mais incomuns e inesperados – ou talvez não assim tão inesperados.
o banho sempre foi uma fonte de inspiração – banho e fonte parecem-me uma boa conjugação. talvez por ser um sítio em que estou entregue a mim e de algum recolhimento. e a água, que eu tanto amo ou não fosse caranguejo com ascendente em peixes (todo um mundo de navegação balançante que me faz perder muitas vezes), e a água… a água, pronto já me perdi.
isto tudo a propósito de ontem, enquanto caminhava à beira mar, me ter surgido uma ideia para escrever. fiz um esforço para reter o que me tinha surgido, duas ou três frases que estavam tão bem alinhadas e que seriam perfeitas para este recomeço. perderam-se… que pena ainda não terem inventado smartphones com uma função para gravar a voz – teria sido perfeito para guardar a ideia.
quem sabe, um dia…

sob o pretexto que tinha de ir fazer os exercícios do curso de fotografia, peguei no meu Discovery e fui marginal afora. sempre a chover e eu a perceber que o que precisava de fazer, não tinha hipótese de acontecer a não ser que eu quisesse apanhar uma valente molha e estragar a máquina.
fui parar a Carcavelos, com o pretexto de comer a sandocha que tinha levado como merenda. sim, a vida está cara e eu adoro comer fora dos sítios que lhe estão destinados.
portanto, aproveitei para fazer uns ensaios com a máquina. mas o que mais me fascinou, e fascina sempre, é a quantidade de gente que anda dentro de água a fazer surf e coisas afins. toda a gente resguardada por causa da chuva e aquela malta ali na boa. fantástico.
tu es de retour et…
moi?
je suis heureuse…
excepto o toque da pele.
je t’embrasse.
et les yeux dans les yeux, et la main dans la main
leve toi qu’on va se promener.
pour toi, R.
air,
je t’embrasse.
tu es la vague, moi l’île nue
(merci, R., pour le dîner. et surtout par tout)
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços…
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca… o eco dos teus passos…
O teu riso de fonte… os teus abraços…
Os teus beijos… a tua mão na minha…
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca…
Quando os olhos se me cerram de desejo…
E os meus braços se estendem para ti…
Florbela Espanca
a maior dificuldade no amor é conseguirmos sentir a intimidade da confiança.
para nos entregarmos.
a lua é a metade de um gomo que espreita atrás das nuvens.
e eu a caminho de casa. meio gomo também!
… esperando que muitos outros se sigam!
me sigam.
sigo.
segui.
doeu.
mas valeu a pena.
sou hoje muito mais mulher do que era.
o trabalho em equipa
[justa homenagem a uma das pessoas que mais gostei de conhecer em tantos anos de desporto. que tanto me ajudou sempre. continua a tratar-me por menina e eu a ele por senhor. durante os meus seis anos de ausência, telefonava-me frequentemente a perguntar quando voltava. voltei e ele continuava igual. simples, trabalhador, educado e crítico. temos em comum uma terra: Angola. e o respeito imenso que dedicamos um ao outro. naquele dia tão intenso, foi o único momento em que senti que não conseguia controlar a emoção e desatava a chorar. foi por pouco.]
autoria da foto: Luzir
tranquilo.
como se estivesse à beira do Açude de Pai Viegas, numa manhã de Agosto, a atirar seixos para a água límpida.
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