saudades
de ter o corpo deitado ao sol, sentir-me aquecer, de um braço fora da janela do carro ao final do dia

[durante muitos anos, a maior parte da minha vida, senti e acreditei que conseguiria voltar a fazer e a sentir as mesmas coisas outra vez. em melhor. agora sinto que já não é assim. que cada dia que passa me traz novidades que nem sempre peço. e que muitas vezes não vêm sequer com o quente do verão. do conforto. do aconchego. gostaria de ser mais acomodada – não é muito bom, mas também não é muito mau. assim, não sendo, não é muito mau, mas o muito bom parece-me ter ficado lá atrás à beira de uma arriba cor de trigo, num final de tarde de céu avermelhado.]