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às vezes parece que a nossa vida se assemelha a uma longa derrapagem no gelo, carro a deslizar sem controle, sem sabermos o que fazer ao volante, aos pedais, a tudo.
a sorte será ir parar a um campo de palha fofa e pequenas flores de múltiplas cores.
o habitual é o carro ir embater contra qualquer superfície dura e…
não esquecer, mas ultrapassar. retomar, para equilibrar. amar para viver.
bom ano que aí vem.
ao ver uma imagem de um filme, em pleno inverno, fui transportada para manhãs frias a chegar a Coimbra. 40 anos para trás em segundos. a conseguir sentir a mesma angústia. e, subitamente, um lampejo de clarividência e compreensão. bem que se diz que o maior trabalho em terapia é feito fora das sessões.
[os pais teriam tanto para aprender com os animais]
à semelhança das filosofias zen e paz e amor para todos, tentei transformar as coisas menos positivas e angustiantes em algo melhor, que me desse algum conforto.
então, peguei numa série de palavras e conceitos que menos gostei de ouvir e sentir (egocêntrica, cobarde, irresponsável, fraude, infantil, leviana, patética, decepcionante), e arrumei-os como se da cama de palhinhas de jesus (o tal que deu a outra face) se tratasse.
depois… deitei-lhes fogo!
nem sempre é a questão de termos idealizado alguém.
muitas vezes até lhes estamos a ver todos os defeitos, que consideramos humanos até.
só que achamos sempre que connosco as pessoas mostrem mais do melhor que têm em si.
pura arrogância nossa… e a natureza dos outros sempre a prevalecer!
às vezes, a melhor maneira de resolver uma situação que fede é mesmo deitar fora o bebé juntamente com a água do banho.
boas festas e isso tudo!
para quem nunca fez, é um exame que consiste na monitorização do nosso coração durante o tempo que conseguirmos aguentar andar a determinado ritmo numa passadeira rolante.
igualmente para quem nunca fez, é estar em processo psicoterapêutico e vir passar uma semana em casa dos pais, em teletrabalho e semi confinamento.
misturar tudo bem e nem precisa de levar ao forno!
uma capa que me cobre, qual invólucro de um qualquer objecto, e me dá a real noção de onde estou em termos de calendário.
a cabeça e o resto do corpo, aquele que se esconde por debaixo da pele, estão óptimos. é o que sinto.
mas há aqui qualquer coisa que não encaixa. será normal que o que está à mostra não corresponder ao que está no interior?
pergunto-me: em que lado é que me estou a enganar?
tão bom que não sei como há quem não faça
tão difícil que não sei como há quem aguente
[mas depois de se começar a fazer e aguentarmo-nos, todo um mundo novo se abre]
aquela coisa que vem a seguir à outra. e não raramente indica que crescemos.
quando alguém diz que foi a única pessoa a investir na relação, está mais a tentar acalmar a frustração do sentimento de perda, do que a ser verdadeira consigo. na verdade, quando duas pessoas se relacionam, ambas investem. só que investem aquilo que têm dentro de si para investir – não há como mudar alguém que se sente bem naquilo que é, a não ser que queira. e isso está mais depende dela própria do que de esforços vindos da outra parte – que por vezes se tornam incómodos e desinteressantes.
há-de chegar uma altura em que estarei tão cansada, tão exausta, que o doce caminho da tentação em sucumbir será um visão constante e insistente. nessa altura falamos… até lá, somos todos fortes.
rasgou-lhe a carne com dentes afiados de loba voraz. não satisfeita procurou sugar a mais ínfima gota de sangue que fazia bater aquele coração débil. isto, enquanto desfilava o seu sorriso mais cândido, mostrando os caninos vampíricos.
há em mim uma comoção ternurenta, cínica assumo, quando ouço jovens de vinte e tal anos falarem que encontraram a pessoa para a vida toda. também já senti essa coisa de que era para a vida toda, mas aos vinte e tal anos o que eu queria era conhecer pessoas e viver a vida! e jamais pensei que encontraria, naquela idade, tamanho compromisso. e ainda bem, porque a desilusão teria sido imensa – comigo própria, obviamente!
a forma como me relaciono, e deixo que se relacionem comigo, às vezes tem o mesmo resultado que o apuramento das contas do final do ano: resvala.
já deitada, levanto-me e vou à varanda aproveitar o ar fresco da noite.
dos gigantes que me rodeiam despontam meia dúzia de luzes, de seres acordados tal como eu.
sabe bem a brisa que corre. ao longe ouve-se um comboio que se aproxima.
nunca percebi a expressão do comboio não parar duas vezes na mesma estação. fico a meditar sobre isso e quase que acreditava que estes, da linha de Cascais, devem parar diversas vezes e, provavelmente, mais do que uma vez ao dia.
não entendo gente céptica, juro que não.
pequenas pedrinhas que rolam acima abaixo sob o movimento constante da água do mar. umas vezes mais à superfície, esquecidas ao sol na maré baixa, outras mais profundamente ate se perderem e irem parar a outra praia. de tanto rolarem tornam-se cada vez mais redondas, mais macias.
hoje o mEiA vOlTa e… faz 17 anos!
não interessa muito querermos saber como as pessoas são, porque invariavelmente elas são somente a ideia que construímos delas.
a minha vida é em Vayorken. porque, como diz a Capicua, em Vayorken a gente diverte-se imenso!
ao “à mulher de césar não basta ser séria, tem de parecer séria” eu atribuía-lhe uma nuance do “até pode não ser séria, tem é de parecer sempre séria”.
o desconhecimento tem um papel mais importante na nossa vida do que aquele que pensamos.
como diz a bela da Marisa Monte, quem sabe de tudo não fale, quem não sabe nada se cale.
dizem-me que eu não ouço as pessoas. que estou demasiado auto-centrada e que não me interesso por nada que não seja da minha vida. zango-me. eu odeio que me alertem para uma coisa que me incomoda. não faço perguntas. e isso dá a ideia de que não me interesso, dizem. outras vezes não me interesso mesmo. mas eu sempre fui boa a ouvir. será que me fechei assim tanto que já não estou nem aí para os outros? acho que não.
falta-me tempo. preciso de fazer tudo mais rápido, porque comecei muito tarde. é isso.
* heaven or hell, was the journey cold that gave you eyes of steel?
a prova de que não estou, ainda, uma cínica empedernida, é que ainda fico algo comovida a ouvir isto.
After the ordeal
by Genesis
from Selling England by the pound
a viagem até à chafarica, hoje, foi feita ao som disto.
(saudades da banda!)
foreign affair deve ter sido feita pelo Mike Oldfield e pela Maggie Reilly para funcionar como uma espécie de mantra.
só assim se justifica que ela repita não sei quantas vezes, dizem que é cinco mas eu não contei, foreign affair, take a trip in the air, to a tropical beach, an island to reach, a new territory, an intimate story, blá, blá, blá…
digo eu, que sou absolutamente fã.
very nice trabalhar ao som da Marginal.
passados dois anos, fui tropeçar nisto! e é fabuloso e toca no meu Smartinho com o som no máximo!
a manhã traz um sol de cor quente, não sei se da cor das casas se por qualquer outro fenómeno da natureza. o rio está, há vários dias, banhado pelo nevoeiro. lá ao longe, a ponte sobre o tejo ora se vê, ora não se vê. a cor da água hoje era de um cinzento chumbo, ali quando se passa a curva dos pinheiros. o trânsito estava simpático, não que eu lhe dê particular relevo, porque estou-me pouco marimbando para os outros. e não ando mais depressa só porque estou atrasada. procuro compensar essa falha com qualquer outra competência que possa ter, mas recuso-me a ficar stressada a caminho do trabalho. tanto que hoje vim o caminho todo a ouvir Brahms e a apreciar, com alguma inveja, um BMW 2002 que vinha à minha frente. assim de repente, esse carro faz-me regressar ao ano de 73 e a uma cidade que hoje se chama Menongue, mas na altura era Serpa Pinto.
ah, e o BMW era branco.
ainda há pouco me lembrei de escrever um post, tenho na minha memória que até vi o editor do wordpress no pensamento, e agora não sei sobre o que ia escrever…
… mas sempre posso adiantar que gosto muito disto.
O mar não é tão fundo que me tire a vida
Nem há tão larga rua que me leve a morte
Sabe-me a boca ao sal da despedida
Meu lenço de gaivota ao vento norte
Meus lábios de água, meu limão de amor
Meu corpo de pinhal à ventania
Meu cedro à lua, minha acácia em flor
Minha laranja a arder na noite fria
(António Lobo Antunes)
e o Vitorino brilhante!
“Na vida só resta seguir
Um risco, um passo, um gesto rio afora.”
(Tribalistas – É você)
(ca ta deva’sperar mais – nha sperança ta chiga a fim)
a New Musical Express escolheu as 100 melhores músicas da sua existência (60 anos).
a melhor: Love Will Tear Us Apart dos Joy Divison, que eu adoro.
(tornei-me tão cínica que não tarda acredito que sim – love will tear us apart, again…)
cabide – ana carolina (adoro a batida. é bem disposta e fresca. e dá-me uma sensação de liberdade, que vai mesmo bem ao meu jeito de agora)
nota: bem que podiam ter dito que aquele link era uma bosta. agora com este, sim!
* logo pela manhã, salvo seja, que apesar de ter vontade de dormir até ao meio-dia, acordei às dez e meia. nem tão tarde quanto tinha desejado, nem tão cedo quanto o título pode indiciar.
pois estava eu aqui no sossego da minha casinha das bonecas, muito antes destes animais que vivem por cima começarem o fado de arrastar coisas, e lembrei-me desta música |why can’t we live together| sem conseguir lembrar-me de quem cantava. (sim, minha querida Rute, poderá ser um acto falhado, mas dia 18 falamos disso, ok?)
fui pesquisar e dei de caras com a Sade. e esta versão é tão… tranquila, tão boa para iniciar o dia – no matter the lyrics, apesar de que algures aqui num sítio qualquer do meu inconsciente estará a explicação, mas hoje é o último corpo de deus que vamos feriadar, portanto que se lixe!
e, aquelas boquinhas que ela faz de vez em quando… ui! ui!
se gosto disto ou não.
tentar descobrir se gosto de Sigur Rós.
é muito bom!
Buraka Som Sistema – (we stay) up all night
kuia!
a propósito do j’attendrais da dalida (tudo a ver, portanto), lá voltámos nós à loucura do recordar é viver do vitor espadinha, comigo a declamar a letra para o meu colega do lado.
às vezes parece mesmo que estamos na escola!
everything but the girl
Talk about your life
Mike Oldfield (vocals Maggie Reilley)
I Can See You’re Talking To Me In Riddles.
Do What You Like, You Go Where The Wind Blows.
Talk About Your Life, I’d Like To Know.
It’s Not Easy Going Where No-One Goes,
And No-One Knows.
I Reach For Certain Disguise That You’re Leaving,
And I Can Tell By The Mist In Your Eyes That You’re Dreaming.
Dreaming.
Do We Have To Be So Distant?
How Can You Be So Unreal?
In The Clouds, Running And Chasing Shadows.
In The Crowd, Frozen In The Window.
Talk About Your Life, I’d Like To Know.
It’s Not Easy Going Where No-One Goes,
And No-One Knows.
o compal de maçã.
(está uma lua magnífica, eu a olhar para ela e a pensar que não vale a pena tanta coisa que fazemos, se nos outros não tem ressonância alguma!)
Rent – Pet Shop Boys
You dress me up, I’m your puppet
You buy me things, I love it
You bring me food, I need it
You give me love, I feed it
…
I love you, oh, you pay my rent
(…) it on the floor – é a única coisa que percebo. deve ser porque o que me apetece, mesmo, é atirar-me para o chão e bater uma grande sorna!
[estás linda, estás!]
acho que estou a começar a gostar desta coisa. e isso irrita-me um pouco, mas pronto. gosto daquela parte em que ela anda lá com o floor às voltas.
actualização:
agora pensando melhor, ela às voltas no floor também é capaz de não ser nada de se deitar fora.
ai, dói-me a cabeça, é isso!
da Ana Carolina quatro coisas menos boas:
– o atraso inadmissível e inexplicado do início do concerto (também não percebo porque razão havia tanta gente para entrar, a fazer filas pela rua fora, às nove e meia – embora, eu fosse uma delas, porque me atrasei imenso)
– a toilette que ela escolheu. alguma coisa se passou na cabeça da moça, para se enfiar nuns jeans apertadíssimos a conjugar com um top e um casaco, ambos pretos. eu acho que ela perdeu a mala da roupa…
– a vibração da sala num solo de viola baixo, que retirou qualidade ao momento em que ela está sózinha em palco sem a banda.
– o concerto ter durado pouquinho mais do que uma hora
tirando estas quatro pequenas coisas, que são acessórias ao desempenho da cantora durante o concerto… foi muito, muito bom!
e, curiosamente, apesar de me queixar da curta duração, acho que aquela hora rendeu imenso.
grande prazer!
(daqui)
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