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se quiser ver as mulheres aqui da chafarica a ficarem eriçadas, e quase a espumarem, é só lançar-lhes a coisa da responsabilidade que as mães têm numa série de incompetências dos filhos.
tão pouco conscientes do poder que têm, coitadas…

… esta vontade diária de comer doces.
frio. deve ser do frio.
é isso!

doze anos de federada como defesa, responsabilizam-me no que à contenção diz respeito.

e há um dia em que nos dão uma valente chapada que nos desperta e agita o cantinho onde estrategicamente nos colocamos para sofrermos o menos possível.

[quero fazer qualquer coisa com isto mas tenho receio. eu que nunca receei nada, deu-me para ser receosa com a menopausa… deve ser por isso…]

… vem-me uma vontade de vomitar quase incontrolável!

imagem do litoral oeste dos EUA.  a norte de LA.

imagem no litoral oeste dos EUA.
a norte de LA.

ao “à mulher de césar não basta ser séria, tem de parecer séria” eu atribuía-lhe uma nuance do “até pode não ser séria, tem é de parecer sempre séria”.

o desconhecimento tem um papel mais importante na nossa vida do que aquele que pensamos.
como diz a bela da Marisa Monte, quem sabe de tudo não fale, quem não sabe nada se cale.

… que inicia de uma maneira completamente fodida, maravilhoso seria terminar com uma massagem.

a minha versão ‘aNa’ é bem mais interessante do que a ‘anabela’ que está aqui por detrás do ecran a teclar estas palavras.

mas certamente diria para eu contar até dez de cada vez que falo com as chefias.
tipo aquela cena de pedir paciência, porque se me dão força…



dizem-me que eu não ouço as pessoas. que estou demasiado auto-centrada e que não me interesso por nada que não seja da minha vida. zango-me. eu odeio que me alertem para uma coisa que me incomoda. não faço perguntas. e isso dá a ideia de que não me interesso, dizem. outras vezes não me interesso mesmo. mas eu sempre fui boa a ouvir. será que me fechei assim tanto que já não estou nem aí para os outros? acho que não.
falta-me tempo. preciso de fazer tudo mais rápido, porque comecei muito tarde. é isso.

* heaven or hell, was the journey cold that gave you eyes of steel?

… mas por aqui está tudo muito excitado. muito barulho.

[mulheres a falarem à bebé é mau!!! mas homens… foda-se!]

a prova de que não estou, ainda, uma cínica empedernida, é que ainda fico algo comovida a ouvir isto.

… se ria, se chore, ou se antes pelo contrário.*

* de cada vez que aparecem, no meu email, promoções de fins de semana românticos!

no outro dia perguntei à minha massagista se fazia massagens com pedras quentes. ao que ela respondeu que sim.
noutros tempos, ter-lhe-ia dito que, apesar de ser muito bom, era um desperdício trocar as mãos dela por umas pedras.
agora pensei-o mas não o verbalizei – acho que não ficaria muito bem. o que é um pensamento completamente disparatado.

ando sempre à procura de roçar a perfeição. quando, finalmente, me libertar disso, talvez consiga ser mesmo feliz!

After the ordeal
by Genesis
from Selling England by the pound

mas eu não suporto perfumes de homem. particularmente aqueles que são muito intensos. e estão colocados num caramelo que sobe no mesmo elevador do que eu. e diz kick off, em vez de data de início. muito mau, logo de manhã!

é que os meus colegas são como família com quem se partilha o bom e o mau.
quando algum de nós está menos bem, os outros acolhem e tentam animar a coisa.
para além de que existe uma dinâmica muito íntima entre nós. são mesmo os meus três mosqueteiros. que sorte a minha.


que comecei a minha autobiografia online.
finalmente, lá se foi a inocência.

ando ali naquele vai e vem que nem sei…

há muita gente que diz que não vai a funerais porque não gosta de funerais – como se isso fosse assim uma ideia peregrina!
não conheço ninguém que vá a funerais porque tenha prazer nisso – não digo que não haja pessoas assim, eu é que não as conheço, pronto.
ontem estava a pensar que, para quem morre, deve ser indiferente quem vai ou não – não consigo ter uma ideia concreta se a finitude do corpo tem uma relação directa sobre a finitude da consciência; isso da alma será o quê? claro que em circunstâncias muito especiais – a de ontem por exemplo, em que achei que a Paula estaria ali a ver-nos sorrir, quando o Paulo Flores começou a tocar na aparelhagem improvisada – dá um certo conforto pensar que seria bom que existisse qualquer coisa para além do mero corpo.
já fui a mais funerais pelas pessoas que ficam, do que propriamente pelas que partiram. felizmente para mim.
e, apesar do que mexe comigo, do desconforto que me causa, da angústia, faço-o sempre pensando que para as pessoas que ficam – família, amigos próximos  – deve dar um quentinho muito grande saber que, quem partiu, era uma pessoa querida. naquela altura deve ser mesmo o único consolo.

[até sempre, Paula. obrigada por tudo o que me ensinaste sobre as palavras. e a poesia.]

… é que não há vez nenhuma que eu o releia que não aprenda qualquer coisa sobre mim.

… e desatava pr’aqui aos pulinhos!!!
vai ser um ano brutal. frutal: futebol e fotografia.
olaré!!!

é muito frequente em desporto, dizer-se que a incapacidade, de determinados jogadores atingirem patamares mais elevados, está relacionada com a sua falta de vontade. que se eles quisessem podiam ser isto e aquilo. estas considerações são sempre feitas com base nas características técnicas.
mas há, de facto, quem não chegue mais longe porque não consegue. e não consegue porque, apesar da sua imensa capacidade técnica, as suas capacidades cognitivas não são suficientes para saber interpretar, no jogo, as indicações do seu lugar. e fazem tudo pelo que lhes parece. e em competição, o que nos parece é muito pouco para cativarmos lugar.

[hoje estou com um buraquinho no peito…]

eu à espera do café a sair da máquina, enquanto troco impressões com a minha capitã de equipa. de semblante sério, porque estava a falar de uma coisa séria, mas também porque o barulho das galinhas que irromperam copa dentro me incomodou profundamente. os tímpanos.
há uma que diz: estás tão séria belinha. ao que eu grunhi, a ver se acabava logo ali com a conversa: estou a pensar. e ela muito pronta: então sorri, pensa-se melhor a sorrir. eu, a sair já de café na mão, ainda lhe disse: e isso é de quem? paulo coelho?

[puta de mania de estarem sempre a dar bitaites! eu até gosto dela, mas como é que acham possível alguém aturar quatro galinhas a cacarejar num espaço de 4×8? e não, Isabel, não trabalho num aviário.]

véspera de entregar a memória descritiva, preparar a apresentação oral e imagens exemplificativas do que pretendo para o trabalho… e resolvo que afinal, se calhar, muito provavelmente, aquilo que tinha pensado já não é bem o que eu quero fazer!
sou uma gaja tão decidida que às vezes até me surpreendo a mim própria!

ando a adiar decisões, deixando-me arrastar pelo sabor doce da imprevisibilidade e da inconsequência. na minha cabeça isso soa-me a irresponsabilidade.
talvez não seja disso alheia, a dor que trago cravada logo abaixo dos ombros e no início da parte de dentro da omoplata.

[tenho de ir conversar com a minha Rute, ai tenho, tenho!]

… nos sítios menos próprios e depois se desvanecem.
que trampa! tinha uma coisa tão importante para colocar aqui, tipo lembrete, e varreu-se-me.

ontem, pouco depois do jogo acabar, pregou-se-me uma dor junto à omoplata, que foi aumentando gradualmente até me deixar completamente desconfortável e sem conseguir arranjar posição para me sentar e deitar.
passei uma noite horrível, com dores e desconforto.
como sou uma mulher de sorte, a minha massagista tinha horário para me atender. e deixou-me ligeiramente melhor. pelo menos o tempo em que lá estive, soube-me muito bem!

(nosso senhor lhe dê toda a felicidade do mundo, porque quem faz umas massagens tão boas como ela faz, merece muito ser feliz. e do que me parece do seu sorriso, ela já é! portanto, nosso senhor não anda a dormir.)

… que só me faltava mais um dinheirito.

(ok, percebo que o dinheiro tem de favorecer aqueles que têm falta de imaginação e criatividade!)

assumir incapacidades é uma coisa muito difícil para mim.

… nem sequer é por se manifestarem fracos. é mesmo pela hipocrisia da situação.
parece que estão sempre de acordo com tudo, passam uma imagem de gente muito receptiva e tolerante, mas no fundo são exactamente o contrário. muitas vezes, até, revelam-se do mais filho da puta que existe!

... que convivem muito bem um com o outro!

… que convivem muito bem um com o outro!

foto: cortesia da Jo Franco

Choux,
não tarda é hora do jantar e eu ainda estou à espera da morada…

esta noite, quando voltava para a cama às escuras, depois de ter ido à casa de banho, calculei mal a beira da cama, escorreguei desamparada para o chão, bati com a cabeça na parede, o braço na mesa de cabeceira e cairam-me os telemóveis e o candeeiro para cima.

[eu ando com problemas sérios. ontem por duas vezes que revirei tudo à procura de duas chaves que estavam bem perto de mim, na minha mala.]

cheia de fome e com vontade de ir para a rua ver coisas.

cheia de fome e com vontade de ir para a rua ver coisas.

©2013 Anabela Brito Mendes

©2013 Anabela Mendes

como fizeste isso, papá? a rebarbadeira escapou-me e cortou-me o dedo quase até ao osso. como tinha as mãos sujas, fui lavá-las bem com sabão azul e branco e tirei os bocaditos de carne queimada. e levaste pontos? não. o disco da rebarbadeira comeu mesmo a carne, não dava para juntar. e doeu? não, não me doeu nadinha.

[ok, ele quando dá marteladas nas unhas e elas ficam negras, pega num bocado de arame, afia-o no esmeril, desinfecta-o no maçarico e depois fura a unha para o sangue sair, aliviar a pressão e passar a dor.]

quando recebo emails com a sigla “FYI” dá-me logo vontade de vomitar.
e a malta acha-se muito modernaça e importante por andar a esquecer-se da sua própria língua e utilizar estas merdas destas siglas e expressões em inglês. corja!

[acabei de responder ao email assim: não sei o que queres dizer com o FYI, mas deves ter muita razão!]

eu com frio no trabalho é uma coisa mesmo muito estranha!

[serão almas penadas que por aqui andam?]

hoje estava quase mar chão. o sol a mandar reflexos através da água. a praia de Paço de Arcos com três pessoas que brincavam com um cão.

[nem a fila imóvel de trânsito alterou o sentimento de ser um início de manhã quase perfeito. sinto-me muito bem disposta e cheia de energia.]

Ah, quanta vez, na hora suave
Em que me esqueço,
Vejo passar um vôo de ave
E me entristeço!
Por que é ligeiro, leve, certo
No ar de amavio?
Por que vai sob o céu aberto
Sem um desvio?

Por que ter asas simboliza
A liberdade
Que a vida nega e a alma precisa?
Sei que me invade

Um horror de me ter que cobre
Como uma cheia
Meu coração, e entorna sobre
Minh’alma alheia
Um desejo, não de ser ave,
Mas de poder
Ter não sei quê do vôo suave
Dentro em meu ser.

Fernando Pessoa

 

[já perdi o conto às vezes que este poema apareceu aqui no blog.]

passado o nervosismo inicial do curso, e a angústia que ainda anda aqui entre o peito e a barriga, que ligação mais estranha, há pouco tive aqui um pensamento clarividente. aquilo vai ser tão somente eu a fazer uma coisa de que gosto muito, ajudada por alguém que sabe muito daquilo que eu gosto. muito. ah! e sobre algo de que gosto muito, também.
portanto, é só amor! para quê tanta cena?

vai começar hoje. o que é que sinto?
como dizem os Mind da Gap, b.o.r.b.o.l.e.t.a.s.!!
©2013 Anabela Mendes

um enorme barco cheio de caixinhas coloridas aproxima-se da costa.
em terra tudo é caos.
as praias desarrumadas. destroços inscrevem a desorganização na areia. as gaivotas alinham-se de frente para o vento e ali ficam imóveis.
um surfista emerge na paisagem de cinzentos e castanhos.
bom dia!

[a febre foi embora]

©2013 Anabela Mendes

… em que as drogas fazem efeito, ligo a tv e vejo o campeonato do mundo de halterofilismo no feminino. e constato que as halterofilistas não têm mamas, só têm peitorais.

[isto também pode ser da febre]

isto é muito bom!

©2013 Anabela Mendes

gosto de chegar a casa já noite suficiente para que as ruas estejam quase desertas.
às vezes calha estacionar longe da porta do prédio. este outubro ainda está quente o suficiente para ter vontade de pousar os sacos, sentar-me no muro e sentir a temperatura do ar a acariciar-me os braços ainda despidos de mangas compridas. sinto alguma nostalgia de quando fumava e ali ficava, em noites de verão, a jogar fumo para o ar e a pensar na vida.
gosto de chegar a casa ainda noite insuficiente para fazer desaparecer os vestígios humanos das redondezas. luzes nas cozinhas. gente que apanha a roupa do estendal. uma vizinha que fuma à janela enquanto conversa ao telemóvel e posso ficar ali a ouvir o drama como se uma radionovela se tratasse. gente a passear os seus cães qualquer que seja a hora a que eu chegue.
nessas alturas em que chego ao meu bairro multicolor e somos poucos os que andam na rua sinto-me invadida de um prazer simples. sou feliz com coisas muito pequeninas. falha em mim a ambição de querer ter mais e mais como se tivesse a existência assegurada por algo divino. não sei como será o meu futuro mas nesses momentos em que saio do carro e o ar ainda está suficientemente cálido para me sentir acariciada sinto-me profundamente feliz. e sou suficientemente louca e irresponsável para acreditar que o bem que faço aos outros será dínamo que trará de volta à minha vida o que precisar enquanto viver.

despique

a viagem até à chafarica, hoje, foi feita ao som disto.

a seguir ao ombro empanado* empenado (direito), arranjei uma dor aguda junto à omoplata esquerda.

tem mesmo um cheirinho psicossomático…

*deve ter sido resquícios dos escalopes panados que marcharam ao almoço.

desculpar-se sempre com os outros e andar-se sempre a queixar que não tem tempo para almoçar e que sai sempre às tantas do escritório.

esta merda deve ser viral, ou então sou eu que tenho azar!

©2013 Anabela Mendes.

©2013 Anabela Mendes

 

Curso de Projecto I – Atelier de Lisboa

A apresentação pública é o culminar do trabalho de qualquer artista ou criador e a partilha da sua obra com espectadores conhecidos e anónimos
representa um enorme desafio.
Durante o Curso de Projecto 1 os alunos são orientados no desenvolvimento de um trabalho individual e colectivo que tem como objectivo produzir uma exposição no final do ano de trabalho. O curso decorre de Outubro a Julho, com uma aula semanal de 2,5 horas. Este curso destina-se a alunos que estejam a iniciar o seu percurso em estudos de projecto.
Neste curso existe um professor que é responsável pelo projecto e que assegura três quartos do total de aulas. As restantes aulas serão distribuídas por professores convidados. No seu conjunto os professores assegurarão o acompanhamento de todo o trabalho, desde a concepção até à apresentação pública.

ansiedade e muitos nervos à mistura, em dose a dobrar.

e pensar que houve quem fizesse posts histéricos, mal caíram umas chuvitas e o outono entrou.
há gente muito melodramática!

©2013 Anabela Mendes

os dias passam rapidamente, embora não tão rapidamente que dê para perder a noção do que fiz.
tive um fim de semana muito preenchido. no sábado fiz a meia maratona de bicicleta, uma aventura que pensei que me iria custar imenso e afinal foi tranquilo – tirando a dor no rabo, mas isso é mal de que padece muita gente que bicicla.
no domingo fui a Valadares, com a minha equipa. saí à rua ainda não era de dia. vi o sol nascer já na A1, a passar a zona de Vila Franca. de repente, o verão revisitou-nos. estava um calor insuportável para a prática desportiva. mas saímos de lá com uma vitória que era o que interessava. curiosamente, à medida que o tempo corre algumas coisas tornam-se mais fáceis, mercê do trabalho em conjunto, mas acresce também a responsabilidade de não deixar passar em branco situações que poderão a curto/médio prazo abanar a coesão. isso, ou sou eu mesmo que sou super focada e não relaxo!

o meu pai, que trabalha todos os dias que lhe apetece, sejam sábados, domingos, feriados, não ligando nenhuma a essas convenções, hoje disse que não ia trabalhar porque continuava a comemorar o dia da implantação da República.
e a São: “apoiado!”.

(a idade é um posto e um exemplo!)

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todas as fotografias aqui reproduzidas são da autoria de ©Anabela Brito Mendes, excepto se forem identificadas.

acordo ortográfico

não sei como se faz e nem quero saber!

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