os meus finais de tarde e noites são passados entre duas coisas de que gosto muito: a fotografia e o dirigismo desportivo. muita gente pensa que eu adoro futebol. que respiro futebol. estão tão longe da verdade. ligo muito pouco ao jogo. embora veja quase todos os treinos da minha equipa. mas o que eu adoro, mesmo, são as pessoas. as jogadoras. os treinadores. as reacções. a interacção. o esforço. o comprometimento. a abnegação. o talento. ver tudo aquilo a girar, aqui e ali pegar numas pontas soltas e voltar a uni-las. no meio disso (e de muitas outras coisas que faço, mas que são chatas e não interessa nada enumerá-las), vou tirando umas fotografias. delas. deles. do que me rodeia, do que nos rodeia. e nem sempre sou assim tranquila e paz e amor. às vezes sou dura, chata, impopular, nem tanto com a equipa, mas com quem a quer rodear.
e neste meu regresso, com meio século de vida, tudo se apresenta de forma muito simples: não abdico da forma como penso, a não ser que me convençam muito bem de que estou a ver mal as coisas. o que é muito raro acontecer. e nem sequer é por eu ser uma iluminada. é tão somente porque reflicto imenso e tenho, de facto, um talento natural para a coisa, para além de onze anos de experiência.