tudo não vai além de uma pretensa superioridade moral.
os que acham que a instituição casamento é uma coisa "sagrada", "religiosamente" guardada para macho e fêmea em conjunto. para macho e fêmea unirem e perpetuarem as suas famílias. portanto, uma coisa assim com um élan não acessível a qualquer um, parece.
os outros, os que desdenham o casamento, que dizem que está em crise, já toda a gente se está a divorciar, lá está, porque ousaram e puderam experimentar. e então, superiores, não imaginam que tanta atracção possa ter uma coisa, na qual eles já falharam redondamente – e isso deixa mossas, olá se deixa. deve ser terrível ver alguém lutar tanto por uma coisa, querer tanto uma coisa, na qual se teve insucesso. imagino.
no entanto, essa pretensa superioridade em se achar que os direitos só são para alguns – e toda a retórica, e toda a explicação não passa de um conjunto de coisas bacocas, se atendermos que o bem estar dos outros só nos pode fazer bem – não os torna imunes a todas aquelas coisas fodidas que a vida reserva para todos nós: as doenças dos que nos são próximos, as nossas doenças, a morte, o sofrimento, a angústia, a infelicidade, a frustração. nessas alturas, sofrem como todos. choram, babam-se de desespero, entram em pânico. no fundo, comportam-se como seres humanos que são. iguais a todos os outros.
eu cá, se tivesse que reclamar privilégios exclusivos, caramba, queria mesmo era não ter de passar por todas essas coisas fodidas! e isso eles não conseguem. tristemente, nesse aspecto, não são superiormente morais. que pena…

4 comentários
Comments feed for this article
Terça-feira, 17 Novembro, 2009 às 14:16
nina
Pena, muita pena que seja assim. Este lavar de roupa suja. Este desfilar de buçais argumentos carregados de pretensiosismo.
Estou em crer como a Tangas, que para além de uma suposta superioridade moral, se trata de interesses económicos. Que se lixe o que o estado pode lucrar. Então e as heranças? Dá muito jeito a muita gente cuspir em cima de nós enquanto vivos e depois de mortos, despojarem os nossos companheiros do que deveria ser deles por direito. É que é só o que eu peço: que o Estado reconheça e proteja a minha Família! Que para Amar não preciso de certidões.
Oh aNa, e tanto que a tua Maria e a minha Lu querem casar connosco!
Terça-feira, 17 Novembro, 2009 às 17:47
Maria (outra)
Não foi aproveitada a maioria absoluta da anterior legislatura!!!
Esta questão já deveria estar resolvida.
Agora temos os moralistas todos a dar opiniões…
Cumprimentos
Terça-feira, 17 Novembro, 2009 às 21:40
pedro
Que essa coisa do casamento ser sagrada, lamento, mas só a partir do Concílio de Trento (século XVI) é que o casamento foi considerado sagrado. E os casamentos por amor, só no século XX se vulgarizam. Portanto os moralistas que deixem de invocar argumentos históricos e aprendam a dar a César o que é de César. E mais nada.
(tinham a maioria absoluta, mas têm os socialistas católicos todos à perninha… quero ver como é que descalçam a botinha). E, como sempre, quando o mar bate na rocha, quem se lixa é o mexilhão…
Sexta-feira, 18 Dezembro, 2009 às 03:21
j.p.
não imaginas nem lá perto querida, mas não faz mal…
eu quero é que tu te cases a ver se acabas com essa conversa dos véus e coiso, que eu quero é ir lá papar bolos e abraçar-te muito, muito! 😉