voltei a casa. senti a casa. fui às raízes. raízes do campo. de mãos calejadas pela enxada, de pele crestada, de fruta cheirosa, apanha da azeitona e panela de ferro na lareira.
no silêncio que atravessava o mato por cortar e no cheiro do abandono da casa, a minha história atravessou-me o pensamento. a adolescência, as tardes deitada na manta debaixo dos pinheiros a ouvir o “rock em stock”, quando o que me apetecia era andar a curtir os amigos e os pais me levavam para “a Rocha”. assim era chamado o lugar dos meus avós. o meu avô era o Mário da Rocha, embora fosse outro o seu apelido. e rocha ia-lhe tão bem. homem forte, íntegro e de convicções. que as passou todas à sua filha mais querida, a minha mãe.
e eu, ali, a tentar absorver alguma dessa firmeza, dar sentido ao que de rocha trago em mim. abrir o peito ao cheiro, inspirar fortemente e decidir assumir a renovação.
(sinto-me uma mulher diferente. como costumo dizer, aos 50 estará tudo consolidado. e reconciliado, também.)
8 comentários
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Quarta-feira, 13 Junho, 2012 às 19:48
Q.
Oito anos depois… Agora sim! E que essa nova mulher seja FELIZ! Beijinho.
Quarta-feira, 13 Junho, 2012 às 20:21
aNa
🙂 [como alguém me dizia aqui há tempos, estavas tão linda sossegadinha!] beijinho.
Quarta-feira, 13 Junho, 2012 às 20:09
maria
É muito bom quando nos sentimos bem em “casa”.
Gostei de a saber feliz.
Quarta-feira, 13 Junho, 2012 às 20:11
maria
Está feliz não está? 😉
Quarta-feira, 13 Junho, 2012 às 20:22
aNa
estou sim! 🙂
Quarta-feira, 13 Junho, 2012 às 22:26
tm
que bom saber-te feliz.
Quarta-feira, 13 Junho, 2012 às 22:32
tm
de repente lembrei-me disto.
toma lá campo 🙂
Quarta-feira, 13 Junho, 2012 às 22:47
aNa
não tarda fico com uma overdose de erva! 😀
obrigada.