a liberdade de expressão, sempre sustentada na ideia de que as pessoas têm direito à sua opinião, é uma desculpa muito utilizada por uma maioria de pessoas completamente insensatas e irreflectidas, sempre que desejam assumir protagonismo.
a juntar a isso, a facilidade com que se obtém informação dá muitas vezes azo a que se dê opinião por tudo e por nada, sempre no resguardo de que todos temos direito a ela. à opinião.
e vai daí que se opina a torto e a direito, sobre coisas de que muitas vezes nem se tem ideia como se fazem, mas é a liberdade a que temos direito.
e somos assim, poucochinhos na nossa exigência.
argumentar com liberdade de expressão era uma coisa notável no tempo da ditadura. porque de facto não se podia falar livremente.
quando esse estigma acaba, temos de saber alterar o nosso patamar. e devíamos ter passado da liberdade de expressão, para a pertinência da expressão. porque ela existia, intrinsecamente, mesmo no tempo em que não havia a tal da liberdade de expressão.
o facto de não se poder falar no momento em que nos apetecia, fazia com que houvesse contenção na expressão, que obrigava, por sua vez, a uma reflexão. e foi isso que as pessoas deixaram de fazer: reflectir sobre a pertinência do que vão dizer.
e podemos chegar ao ponto de uma fedelha de dezassete anos usar a sua liberdade de expressão, para analisar e julgar o comportamento de alguém que tem quase o triplo da sua idade.  
é a liberdade de expressão, estúpida!