mesmo em frente à marginal, a sair da barra, passa um cargueiro com a ponte toda iluminada.
fico a vê-lo passar. fascinam-me aquelas luzes.
encaminha-se lentamente para o alto mar.
se vai carregado, se veio só descarregar, é coisa que não transparece no leve deslizar das águas brandas desta costa.
invejo-lhe a imponência da marcha (que me parece) lenta. indiferente às toneladas que move, segue objectivo e tranquilo.
…
sete anos após e volto a desejar a mesma coisa: tranquilidade.
…
..
que maldito vento este que me arrancou as ideias da cabeça, sinto os cabelos a separarem-se de mim, toda a racionalidade a desintegrar-se nas rajadas que me fustigam pelas costas, pela frente, oh piedade que já não aguento mais!
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foi o melhor que conseguiste, eu sei. foi pelo melhor que o fizeste. mas, sabes, podias ter feito um pouco melhor. ou talvez menos. estar-te-ía mais grata.
… … …

4 comentários
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Terça-feira, 1 Março, 2011 às 10:01
Catia
Sorrio ao ler este teu post, daquele sorriso de quem acompanha com o olhar o passar daquele cargueiro tentando acompanhar a sua a calma e serenidade.
“Gosto disto!”
Terça-feira, 1 Março, 2011 às 20:51
B
tá complicado isso não! Parece que por detrás desse cargueiro de grande porte e lento… o mar se encontra bastante agitado…
Quarta-feira, 2 Março, 2011 às 10:57
aNa
tão sábia que tu és, minha amiga! 🙂
Quarta-feira, 2 Março, 2011 às 15:14
Ana.
As ondas batem, rebentam e estragam, mas mais tarde ou mais cedo, acabam por acalmar… ou talvez não! O “mar” tem uma força inegavel.