passados três anos e três dias, regressei.
a mulher que lá entrou já não tinha nada que ver com a que de lá saíra. por um lado a predisposição madura para abordar o conflito estava consolidada, o desespero do sofrimento fazia a minha cabeça parecer um tornado imenso e o coração um músculo atrofiado de dor.
bem verdade que sabia (sentia) que lá teria que voltar. para arrumar com uma série de questões, que não tinha tido coragem de verbalizar, de forma a tornar-me mais consistente com tudo aquilo que sou.
é indescritível o quanto me sinto crescer. o prazer imenso que é passar pelas situações e rapidamente ter capacidade para as analisar. ainda que nem sempre ponha em prática o que deve ser feito, nunca em momento nenhum deste meu verão de descontentamento me senti perdida sem saber o que fazer. mantive uma clarividência que às vezes até a mim espantava. sinto-me com um olhar que vê em largura mas também em maior profundidade. que antecipa. que perscruta.
que me faz sentir que há uma mulher excepcional a consolidar-se dentro de mim.
caracinhas! é tão bom fazer terapia!