como se ainda estivesse numa viagem pelos canais, a minha cabeça anda perdida entre emoções e contradições; entre a saudade (eu que detesto este sentir) e a vontade; entre a vontade de ajudar e a incapacidade de me comprometer a sério.

Veneza foi excelente. muito calor. muita água. gelados todos os dias. Harry’s Bar. bellini. Caffè Florian. spritz. massas. pizzas. fontes para refrescar os pés em brasa. Rialto. São Marcos. Murano. Lido. centenas de pontes. pombos kamikaze. asiáticos. orquestras em São Marcos. Ponte dos Suspiros. o labirinto de ruas e canais. andar sem destino e só consultar o mapa quando não se aguenta mais dos pés. sentar nuns degraus de São Marcos e ficar a ver a vida a passar. Basílica. Palácio dos Doges. Campanile. Ponte da Academia. vaporetto. gôndolas.
quando atravessámos a Ponte da Academia reparei que estava cheia de cadeados pendurados. pelos vistos existe um costume de se escrever o nome de duas pessoas no cadeado e depois pendurá-lo lá (embora o tenha visto noutros sítios, ali era onde havia mais).

voltei, portanto. já há semana e meia. mas a cabeça anda vazia.
[falta-me a coragem de assumir que este espaço talvez já não seja o que era, para mim.]