a cabeça pesa-me o universo. uma pressão tremenda nos ouvidos, como se voasse a acima das nuvens.
nada ao acaso, nesta vida. o corpo diz-me: pára. alivia. foge.
estou farta de pessoas. batia na minha chefe com a maior das tranquilidades. ontem alterquei-me feio com uma amiga de décadas.
toda esta intolerância tem explicação para mim: farta de cobardia e de gente que fica estagnada lá atrás e não muda.
mas elas são mesmo assim e não mudarão só porque me incomodam, isso eu sei.
sou eu que tenho de mudar. distanciar-me dos sentimentos que me provocam.
e procurar sentido nisto que sinto – o que talvez não se revela tarefa fácil.
entretanto, vou fugir. vou de férias. para longe, não muito longe, mas longe.

se, ao menos, os meus ouvidos estalassem…