minha mui querida menina,
(e a tantas que possam partilhar dessa opinião)
só duas coisitas, muito rápidas, acerca do teu post:
1) partir do pressuposto que a orientação (homos)sexual nos torna mais esclarecidos, mais independentes, mais seguros do que se quer da vida, é um perigo. as relações poderão ser perversas e manipuladoras e dominantes seja qual for o género das pessoas envolvidas. não está tanto no género, mas sim na pessoa. doutra forma, por exemplo, não haveria violência física e psicológica num casal de duas mulheres.
2) desresponsabilizar uma pessoa (ainda que a nossa mãe), por viver segundo um padrão que outra pessoa lhe impõe, é acreditar que a história se faz só com um interveniente. se, por um lado, nos pode alimentar a fantasia, torna-se perigoso porque nos tolda o discernimento e nos faz crescer, digamos que, coxos.
[todo o direito à zanga. zanga é bom, é terapeutico. mas só funciona se nos permitir dar um passo em frente. na verdade, tu não tens nada que estar zangada com o teu pai, por aquilo que ele fez à tua mãe. é difícil de encaixar, mas é verdade.]

6 comentários
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Quinta-feira, 11 Fevereiro, 2010 às 15:18
i
Bem sei que não é um assunto meu.
Assim, em perspectiva, porque é que eu não teria o direito de estar zangada com a figura paternal se esta tivesse existido como o ser dominador, perante o ser que se deixa dominar, que inflige a opressão a todos os níveis?
Imagina agora, transpondo esta perspectiva para outra mais prática e actual, que o Governo de um país controlava a comunicação social, retirando à massa desinformada o pouco que conhece ou, talvez, concedendo-lhe a desinformação? Não seria legítima a revolta?
Sexta-feira, 12 Fevereiro, 2010 às 19:26
aNa
minha querida i
figura paternal? queres dizer pai?
se esse domínio fosse exercido sobre ti, todo o direito. agora, porque razão hás-de tu tomar as dores dos outros?
é que nem há direito a confusão. a relação marido/mulher (só pq é desta q estamos a falar, mas não importa o género dos intervenientes) é uma relação entre iguais. logo, são eles que têm de a resolver. filho não tem que mete a colher. nem tomar partido.
já sei que não vais concordar comigo, mas se fizesses uma coisa que eu acho que deverias fazer, ias ver como mais gente te diria o mesmo.
quanto ao exemplo do governo e da informação, etc, etc, não estou bem certa que a informação que me dão todos os dias, os orgãos informativos, é a mais isenta. mas se ela me for muito importante, claro que me revolto. mas isso é se eu lhe der essa importância.
de qualquer modo, a comparação não se põe. são campos completamente diversos.
mas, de todo o modo, muito contente fico por ter despertado o interesse das tuas palavras.
beijo cheio de carinho.
Quinta-feira, 11 Fevereiro, 2010 às 16:06
Jo Ann v.
Para ser honesta, a primeira coisa que me passou pela cabeça quando vi o poster, foi exactamente a mesma. Mas depois da emoção e isto de aprender a lidar com o passado, quem garante que, se a minha mãe fosse lésbica não teria uma companheira tal e qual ao meu pai ?
Sexta-feira, 12 Fevereiro, 2010 às 19:31
aNa
claro, Joaninha. até porque o que o poster pretende realçar a não diferença.
porque, na verdade, o que importa que os nossos pais nos dêem é amor, carinho, atenção.
Quinta-feira, 11 Fevereiro, 2010 às 17:05
nina
A resposta é demasiado longa. Respondo por post 😉
Sexta-feira, 12 Fevereiro, 2010 às 20:56
Jo Ann v.
Os meus pais são handicappés do dito amor……..