faz hoje 65 anos que o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau foi libertado.
em 2003 estive em Buchenwald. vinha de Praga de carro e decidimos fazer um desvio para pisar o chão onde milhares tinham sucumbido.
é uma experiência inquietante. ainda tirei algumas fotos, mas a dada altura não consegui continuar. senti que estava a entrar demasiado na intimidade dos mortos que ali tinham ficado. das famílias que a eles sobreviveram. embora, não fora outros terem fotografado e não teríamos ideia do que lá se passou.
não imagino sequer o que será viver experiência semelhante. acho sempre que não aguentaria aquelas condições – físicas e, talvez as mais importantes, psicológicas. a humilhação de haver quem se considere superior e, à conta disso, extermine.
infelizmente, ainda decorrem situações semelhantes por esse mundo fora. o Ruanda foi bem exemplo disso.
e outras, que não se revelam pela violência física, mas que vão restringindo aos poucos a liberdade de sermos o que somos.
na volta, não seremos tão livres quanto julguemos.
talvez só tenhamos mesmo esta: "Tudo pode ser retirado de um homem, menos a últimas das suas liberdades – escolher de que maneira vaiagir diante das circunstâncias do destino." curiosamente, foi dita por Viktor Frankl, psiquiatra austríaco, judeu, sobrevivente do holocausto.