está cheia de ossadas, sim. de todos os esqueletos que ainda não saíram, mal fora que com esta idade já os tivesse tirado a todos do armário, o que seria de mim o resto da vida? vegetaria? e sarapintas de sangue, também. mescladas com terra vermelha de áfrica, sangue dos joelhos feridos das quedas de infância, mais aquelas que dei na adolescência, que agora procuro cair menos, embora caia, claro que caio, mas menos, que as dores são directamente proporcionais aos anos que vamos vivendo.
e tem riachos fulgurantes de água. sem água não vivo. e a todos encaminho no mesmo sentido, que é o do prazer, que o hedonismo é a minha filosofia de vida.
[manchinha, sempre às ordens]

7 comentários
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Terça-feira, 15 Janeiro, 2008 às 14:17
manchinha
na verdade vejo-a mais como a figura pintada a ocre na pedra em danças hipnóticas de rituais esquecidos feita mãe de santo de caverna pois então até ouço rufares cadenciados e guizos sacudidos como almas que se rejeitam e aí sim vêm-se os rios que lhe correm no sangue a transportá-la para essas viagens misteriosas de pão escuro e vinho servido em tertúlias e paixões declaradas e dores sim muitas que o hedonismo dói e ai de quem pensa que o prazer é de graça está a ver porque digo que tem de sair esse best-seller
Terça-feira, 15 Janeiro, 2008 às 14:25
aNa
(…) em danças hipnóticas de rituais esquecidos feita mãe de santo de caverna (…)
não me veja tão elaborada, assim, minha amiga. sou mais simples, tão simples quanto os caranguejos conseguem ser, bem sabe, cheios de tralha atrás e tal… lá vou tentando sacudir, que a vida ensina-nos muita coisa, mas nem tudo é possível 😉
Terça-feira, 15 Janeiro, 2008 às 14:30
manchinha
tudo é possível que eu sei que tenho sido tão feliz assim a acreditar e a ver e a si também a vejo como é simples ou não o que me interessam são os momentos e nessas alturas não é importante o que se é mas como se está olhe que bom
Terça-feira, 15 Janeiro, 2008 às 14:41
aNa
bem, eu queria mesmo dizer que nem tudo é possível no imediato. tipo as tralhas, que queremos arrumar e aqui e ali vamos tropeçando nelas – mas tem toda a razão, quando diz que acreditar é meio caminho.
Terça-feira, 15 Janeiro, 2008 às 23:50
manchinha
odeio tralhas pronto acumulo-sa durante três meses e depois atiro com tudo para o lixo não sei para que as quero em primeiro lugar mas já que estamos aqui onde pára o primeiro capitulo amiga
Quarta-feira, 16 Janeiro, 2008 às 10:31
aNa
ahahah!
eu estava admirada de há tanto tempo não se referir à coisa 😉
e olhe, e as tralhas da cabeça? consegue fazer o mesmo? é que a essas, às vezes, tenho alguma dificuldade em as deitar fora.
Quarta-feira, 16 Janeiro, 2008 às 10:53
manchinha
tralhas da cabeça quem não as tem e nem às paredes confesso e cantem até que a tristeza fique muda espantada porque só ela não muda e essas coisas todas imprescindíveis mas olhe lá se a gente não tiver tralhas como é que fugimos delas e do resto daquela coisa a que a gente gosta de chamar a palavra de cinco letras começada por eme nem sequer são para deitar fora são é para fugir que fugir é que dá gozo tipo adesveia-te como fiz a outra que é simples de cabeça e jura que se adesveia de tudo o que não lhe interessa e viva a singeleza embora eu não esteja totalmente convencida prefiro estar assim livre para escolher entre as tralhas complicadas e de vez em quando as coisas simples e estúpidas