apesar da grande ligação que tenho com o futebol (tão grande que às vezes enjoa!), não sou muito dada a ver jogos, nem a ter ídolos. gostava imenso do zidane. do paulo sousa. do baresi. do cantona. gosto do henry.
aquilo que mais me fascina num jogador é a sua capacidade de resolver de forma simples, e eficaz, os lances. ou seja, que saiba exactamente o que vai fazer da bola quando esta lhe chega aos pés. sem precisar de andar a fintar uma data deles. claro que gosto de ver um bom drible, mas os jogadores que recorrem sistematicamente a ele, cansam-me. gosto de jogos de bola corrida. a bola a passar pelos pés de quase todos os jogadores, dá-me seca. embora, reconheça que algumas vezes isso seja estratégico, tanto para assegurar a posse de bola em caso de vantagem no marcador, que se quer manter, como para fazer a outra equipa sair da “toca” em caso de necessidade de marcar. mas eu de estratégia pouco percebo, e nem preciso de perceber porque não quero ser treinadora.
mas voltando ao que me fez começar a escrever este post. já há muito tempo, que não tinha um jogador que me caísse no goto. sou extremamente distraída a ver jogos, e as acções individuais dos jogadores, raramente, me prendem a atenção em jogos seguidos.
mas, o miguel veloso do sporting tem tido esse condão. gosto imenso de o ver jogar. para além da disponibilidade física com que aborda o jogo, e da sua destreza em passar a bola tanto com o pé esquerdo como com o direito, o que mais me fascina é aquela facilidade em entregar a bola quase no momento exacto em que a recebe. como se quase não lhe tocasse. e como se tivesse o dom da ubiquidade, e conseguisse ver o campo com uma visão ampla de 180º. ou talvez, às vezes, um pouco mais.
a qualidade do passe é fundamental, nos jogos colectivos. mas nem todos os jogadores a têm ao mesmo nível. e nem acho que o miguel veloso tenha a mesma que o manuel fernandes, mas para um médio defensivo, ele é mesmo muito bom. e pressinto que ele será mesmo a próxima saída do sporting.
e para alegria da minha querida cristina, embora eu não goste muito dele [irrita-me a cara dele, a boca dele, o facto dele chorar por ter marcado o golo ao benfica, só preconceitos como podem verificar], se falamos em qualidade de passe é inevitável falar do rui costa. ele, como se diz na gíria futebolística, entrega a bola redonda. lamentavelmente, para ele, muitas das vezes recebe-a quadrada. mas ele transforma-a outra vez em redonda.
é um dom, o que é que se há-de fazer. o treino ajuda, mas se não vem connosco, não se iludam…

3 comentários
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Quarta-feira, 12 Setembro, 2007 às 20:33
cristina
wooow!! eu bem me parecia que devias escrever muuuuuuuuuuito mais sobre futebol! 🙂
e ja me estava cá a a chegar a lágrima ao olho de pensar que não falavas dos passes do rui! 🙂 tenho visto pouco o veloso, acho que só vi uns pedaçõs de jogos com ele, mas gostei
obrigada, uma beijocas grande. e reza..
Quinta-feira, 13 Setembro, 2007 às 01:58
Miguel
Excelente texto, sem dúvida. O bom futebol na minha maneira de ver é condimentado por todos esses mecanismos que apresentaste no teu texto, por toda a simplicidade, a maneira de tratar a bola, etc. Muito bom mesmo, afinal as mulheres também percebem de futebol.
Beijinho
Quinta-feira, 13 Setembro, 2007 às 10:18
aNa
cristina
eheheh! de vez em quando, faço-te a vontade.
olha, não rezei, mas não havia reza que chegasse para aquela miséria!!!
Miguel
não percebem nada 😉
têm é uma escrita muito criativa 😀