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Priiiiiiiiiiiima! tenho saudades tuas!
eu que tenho tanta dificuldade em ser diplomática, porque só me apetece logo dizer a verdade, e à bruta de preferencia, estou aqui tentada a fazer uma incursão no mundozinho da hipocrisia e em vez de dizer o que realmente penso, digo que agora não me dá muito jeito e tal… isto é trabalho, claro, que na minha vida pessoal não faço destes fretes. mas agora não me apetece nada comprar uma pequena guerra! acho que não me merecem isso!
podia dizer que é: porque fazes uns petiscos muito bons; porque és muito bem disposta, ainda que às vezes fiques insuportavelmente chata assim; porque és disponível e franca; porque o teu gin tónico é do melhor que já bebi; porque o teu guacamole é guloso e dá cabo de qualquer vontade de fazer dieta; porque és a responsável por termos todas voltado a dar uns pontapés, ainda que estejamos sempre a chamar-te nomes e a responsabilizar-te pelos nossos erros; porque contigo podemos conversar sobre tudo, pois a tua vivência assim o permite; porque adormeces tranquilamente no nosso sofá, demonstrando assim que és família; porque tens um sorriso que encanta.
mas, e embora tudo isto seja verdade, mais aquilo que não consigo pôr em palavras, a maior razão é a a mais simples: eu gosto tanto de ti, porque no teu abraço eu sempre encontrei um acolhimento seguro e tranquilo. e gostei de ficar.
get together?
… atendendo a uma série de circunstâncias.
o meu horóscopo de hoje, no iGoogle:
You are at the very edge of change, and your anxiety level may be high. You know that something needs to happen, yet you cannot quite figure out what it is. Even if you know what you want, the path is not clear, for your emotional needs won’t likely be fully satisfied. Instead of just wanting more, practice appreciating what you’ve already received.
oh Suse, obrigadinha pela dica, hem!! agora aquela casa vai transformar-se num laboratório de experiências de vernizes, que já recebi um telefonema da morena toda excitada com a ideia de misturar cores!!!
[beijos aos três, que vos gosto bué!]
sou caranguejo. mulher de emoções fortes e desmedidas. de carinhos imensos e desinteresses profundos.
gosto, na maioria das vezes, sem me aperceber porquê nem como, e isso não me rala mesmo nada. sigo a minha intuição e basta-me.
e sou capaz de gostar, assim, durante muito tempo, sem que haja do outro lado grandes manifestações de reciprocidade. porque só espero aquilo que é espontâneo, aquilo que vem de dentro dos outros com a mesma simplicidade com que sai de mim. sem ondas, nem chatices, nem cobranças.
obviamente, que sou sensível à atenção que me dedicam, ainda que seja muito esporádica – há relações assim, que não carecem de tempo fixo, determinado. gosto que me mimem, que se lembrem de mim em momentos particulares, que me presenteiem com um sorriso inesperado.
da mesma forma que gosto, assim simplesmente, pode haver um dia em que um descuido me caia mal. assim simplesmente. de forma simples. se calhar, mesmo, por pouco. mas é o pouco que, naquele momento, eu valorizei como o muito. e que do outro lado, alguém não esteve atento para perceber.
e pronto, assim de um forma simples, sou capaz de me desinteressar profundamente!
e o carinho que me é demonstrado, até por aqui, a casa cheia de amigas ontem à noite, e do alto dos meus 45 anos, facilmente me será perdoada a imodéstia de dizer que o meu carinho e o meu interesse não são coisas para se jogarem fora. muito menos, quando ainda agora se está a começar a aprender o que é viver!
mas também é verdade que é assim que se aprende! eu, lamentavelmente, tenho muito pouco jeito para ensinar!
na sexta à noite fui a samora correia, vila ali mesmo postada ao lado da lezíria ribatejana. a uma festa de um bar de uns amigos, ali mesmo postado no largo do calvário, onde tradicionalmente se fazem as largadas de toiros e os moçoilos e homens feitos desafiam os bichos na esperança de conseguirem fugir a tempo de umas valentes cornadas – nem sempre conseguem, diga-se em abono da verdade.
festa na esplanada com um grupo de salsa e a noite a convidar a que poucos ficassem dentro do bar.
já depois da meia-noite, resolvi sentar-me junto das minhas amigas e da maria, que os pés já estavam fartos de levarem com os meus quilos em cima.
estava entretida a ver o pessoal e a banda, quando reparei em duas raparigas, lá pelos vinte e tal, que caminhavam em direcção à mesa ao lado da nossa, de mão dada. passado um bocado, a banda tocou uma música mais calma, e vi-as a dançar agarradinhas muito na sua. pouco depois disso, despediram-se dos amigos da mesa, rapazes e raparigas de idade semelhante e partiram pelo meio da confusão, alegres e de mão dada.
e pronto, lamento mas não tenho um insulto ou/e um apedrejamento para relatar.
[isto é uma coisa que me aborrece, porque toda a gente tem um episódio “desses” para contar, e eu..nada! mas vou continuar à procura, prometo!]
hoje faz anos uma das mulheres que eu mais gosto na blogosfera.
parabéns Sofia! tudo em grande para ti.
crescer não é mais nem menos do que perceber-se o que nos faz infelizes e remediá-lo!
destinatários: paizinhos e mãezinhas de filhos únicos
armem-se da vossa maior sensualidade e enfiem-se num qualquer lugar reservado e toca de trabalhar a sério para darem uma mano/a ao vosso único rebento!
eu sei que a vida está cara e talvez o vosso/a único/a filho/a não reaja, inicialmente, bem à ideia. mas esforcem-se, por favor. é que daqui a 40/50 anos ele/ela irá agradecer-vos!
há um mês, a esta hora, já eu tinha batido uma sorna na sala de espera antes de entrar no bloco, já tinha apagado completamente sem dar conta da epidural começar a fazer efeito, já tinha acordado com a barriga a tremer e a ver toda a gente a andar de um lado para o outro, qué lá isto que já me operaram e eu nem dei por nada!!!, e estava exactamente no recobro – onde começou o meu fado de chamar o gregório.
correu tudo bem e a esta distância, até bastante rápido. já me movimento bem, apesar da barriga ainda não ser a de uma modelo. tenho uma cicatriz do tamanho de um palmo, que aqui e ali dá umas picadas, e a conclusão disto tudo é que jamais poderei parir. coisa que espero não me atormentar, dado que se nunca pensei nisso até esta data (quase 45), alguma coisa estaria errada se agora me desse, repentinamente, o apelo da maternidade! é que, às vezes, até tenho espírito de contradição, mas não é para utilizar em coisas sérias!
boa tarde.

ora pois bem, vou ali à expo brincar aos hospitais, médicos, anestesistas e blocos.
dentro desta ignorância toda sobre o que vou encontrar (sou completamente virgenzinha nestas andanças, que nem nunca parti sequer a cabeça), a única coisa a temer é… a fome!! (não estou lá muito convencida com aquela coisa que o soro alimenta e tal – é que eu preciso de hidratos!!!)
volto logo que… me alimentem, eu consiga e me apeteça.
A sabedoria é muitas vezes mais útil aos outros do que aquele que a possui
Voltei-me, e vi, debaixo do sol, que não é dos ligeiros a carreira, nem dos valentes a peleja, nem tão-pouco dos sábios o pão, nem ainda dos prudentes a riqueza, nem dos entendidos o favor, mas que o tempo e a sorte pertencem a todos.
in Bíblia, Eclesíastes, 9:11
é por isto que a vida me fascina:
– porque nos dá sempre oportunidade de recompor aquilo que achamos que está menos bem, ou do que somos menos capazes.
e isso é fascinante!
e eu sou uma pessoa grata.
(vai não tarda e estou a dizer que tenho fé! – e eu a dar-lhe…!)
tenho imensa dificuldade [não digo incapacidade porque não me permito ser incapaz para o que quer que seja] em fazer coisas ou cumprir papéis que não me fazem sentido. quando de todo não consigo fugir, sinto-me oprimida e reajo com falta de naturalidade, como se tivesse uma corda a prender-me os movimentos e a fala.
há pouco perguntaram-me se ía ao velório de um colega que morreu ontem. eu respondi que não. que lamentava imenso por ele, mas que na verdade a mim não me afectava minimamente ele ter morrido. e isto soou um bocado frio e estranho, notei-o na reacção de quem falava comigo. [à incapacidade de fazer coisas que não me fazem sentido, junta-se esta de não saber adornar as frases com palavras rendilhadas e que possam amenizar a frieza da coisa]
mas que mais posso eu dizer ou fazer? o meu contacto com ele era esporádico, e algumas vezes irritava-me a sua forma de falar, num tom sempre muito alto e um bocado histriónico. o facto dele ter ficado gravemente doente não alterou essa parte. seria bem hipócrita da minha parte, para não dizer outra coisa, se tivesse alterado a minha forma de pensar. (a pena é uma coisa que me repugna.) e não preciso, para acalmar os meus fantasmas e estar bem comigo, de repente começar a mostrar simpatia por alguém, só porque adoece gravemente.
e aqui e ali, ao longo destes tempos, fui constatando isso. a simpatia, de quem está bem, pelo pobre coitado… cheguei a ouvir diagnósticos que os médicos tinham feito e “que ele ainda nem sabia sequer!”. [o desgraçado que disse isso, levou-me cá uma descasca que até andou de lado!]
puta de mania de dissecar até ao tutano as desgraças dos outros! é incrível como a desgraça mexe com as pessoas. como há sempre alguém que se predisponha a informar tudo tim por tim, com ar pungido e sentindo-se muito importante por isso! é tão bom poder demonstrar piedade pela tragédia dos outros… sempre acalmamos a nossa, não é?
pobres de espírito! como se algum de nós estivesse acima de alguém…
há uma ligeira diferença entre o dar e o dar-se.
eu quando dou não fico à espera de retribuição – o gosto em dar, traz-me gratificação suficiente.
agora, quando me dou, exijo retribuição na exacta intensidade.
poderá ser exigente, mas é o que quero para mim.
ultimamente tenho pensado muito (e discutido também) a questão da fé.
aquela que, como a minha maria diz ironizando, me há-de aparecer num dia especial, acompanhada de foguetes e trombetas, que eu não faço a coisa por menos. sou tão simples no gostar e no receber aquilo que a vida tem para me dar, mas armo-me em pedante e exijo que a fé seja uma coisa diferente, engalanada, que me bata com tal força que fique a modos que atordoada e definitivamente rendida.
enquanto esse dia não chega, e quando me tentam explicar que a minha forma de estar já encerra uma enorme fé (acho que querem dizer fezada e têm receio da reacção, não vá dar-se o caso de eu estar com fome), eu vou (-me) justificando a minha postura com uma coisa que se chama crença.
desde que me recordo, nunca ouvi os meus pais queixarem-se com o azar, para justificar as coisas menos boas que aconteciam. cresci sem lhes ouvir rancor em relação aos outros, sem saber o que era inveja, antes um acreditar imenso que à nossa volta só está quem queremos que esteja, e se a esses tratarmos bem, mais bem virá para nós. e não é que a vida, aqui e ali, não tivesse sido madrasta com eles, mas sempre me transmitiram que tudo seria possível se tivéssemos empenho, dedicação e o mais importante, acreditássemos no que fazíamos. e que a vida podia ser bem melhor, se não tivéssemos de atropelar terceiros para chegarmos ao nosso destino.
a minha crença baseia-se nisto. sempre acreditei que me iriam acontecer só coisas boas – na verdade nem sempre foi assim, mas não me recordo de nada verdadeiramente devastador e irremediável. e todas as coisas menos boas que me aconteceram, serviram para me fazer crescer – e bem que precisei delas, filhinha única a quem tudo foi provido sem grande cobrança. e nessas coisas boas, está directamente ligada a relação que mantenho com as pessoas. sei, mais do que acredito, sei, que a minha atitude perante os outros, influencia na mesma medida o retorno. daí que procure só dar o melhor de mim. porque só quero receber o melhor, também.
e, na verdade, a vida tem-me dado coisas muito boas. e pessoas, também, que às vezes são o mais difícil de encontrar.
e a isto, chama-se crença. acreditar que se gerarmos boa energia, recebemos em troca.
a fé… talvez por causa da influência religiosa a que dificilmente se escapa (não sendo sequer preciso ser praticante, basta ser informado), eu acho que a fé é aquela coisa que me chegará num dia especial, acompanhada de foguetes e trombetas. e esta definição para mim quase se torna num dogma, coisa mais irónica!
um dia destes, vou ali fazer uma operação para perder peso.
de quando em vez é bom provarmos o veneno das nossas palavras.
faz-nos crescer.
uma vénia à Solange F. pela forma como se “expressa“!
já não sei onde li isto. se num livro da Agustina Bessa-Luís, se nalguma entrevista com ela, mas ficou-me para sempre na memória:
* a amizade é, entre os sentimentos humanos, o mais estável e duradouro, o mais compensador a longo prazo. *
não foi por acaso que retive este conceito, mais que a frase. sou pessoa de amizades. estáveis e duradouras. e também sinto, cada vez mais, que são das coisas mais compensadoras que a vida me poderia presentear.
só que, de há uns tempos para cá, tem-me sido difícil manter relações estreitas com quem já fui muito estreita.
talvez seja demasiado exigente. optei por fazer determinado percurso, no sentido de me valorizar e evoluir interiormente e, provavelmente, nem toda a gente sente essa necessidade. e não tenho por que não aceitar isso. e até aceito, que eu sou de aceitar. mas, depois, constato que já não estamos no mesmo comprimento de onda.
e depois do caminho que fiz, estar ‘no mesmo comprimento de onda’ é mesmo uma coisa extremamente importante. podemos ser muito diferentes, ter gostos diferentes, viver de formas completamente díspares, mas quando falamos de alhos é de alhos que estamos mesmo a falar. sem subterfúgios, sem defesas, sem capas.
e já não me chega, só, o que vivemos para trás. isso só serve em caso de aflição. pego no carro e vou socorrer, sem custo. porque ainda gosto, e muito. mas quero mais. quero perto de mim quem me traga coisas novas e boas. quem me obrigue a questionar.
vou imprimir isto e dar a toda a gente que eu conheço!
tenho inveja das pessoas que vão à igreja com devoção e dos adeptos que vão aos estádios com paixão.
porque, em ambas, me apercebo que eles se sentem parte de uma grande família. independentemente de tudo o resto que se possa discutir, e que para o caso não me interessa nada, há ali uma coisa que os move e que de racional não tem nada.
e eu sou incapaz de sentir isso. (houve algures para trás qualquer coisa que falhou… ai houve, houve. e o pior é que eu não a consigo reparar)
um pouco mais de sol – eu era brasa.
um pouco mais de azul – eu era além.
para atingir, faltou-me um golpe de asa… (…)
mário de sá-carneiro
às vezes, acham-me mais capaz do que sou.
e na verdade, o que sou é tão simples quanto isto:
uma grande preguiçosa!

as pessoas não terem noção que os seus actos não são inconsequentes, é uma coisa triste de se constatar!
não há nada mais pobre, do que alguém sem insight!
bom dia e tal! quase na hora do almoço, olé!
ontem à noite, passei o momento mais divertido de sempre no messenger. não imagino se as minhas gargalhadas foram audíveis pelos vizinhos, mas se não foram esteve lá perto.
a responsável da coisa foi a manchinha. para além de outras peripécias, meteu na cabeça que havia de obter, naquele curto espaço de tempo (se calhar, não foi assim tão curto), o nome para o futuro livro e até as primeiras linhas. foi hilariante!!
acabadinha de almoçar, abro o mail e eis que tenho novas dela. uma imagem da capa do livro e um anexo com as primeiras linhas. socoooooorro! ela quer dar comigo em maluca, logo agora que o júlio já fechou! claro, como não poderia deixar de ser, tendo-a como parceira, a coisa começa com uns martinis a serem preparados! (começo o livro com um ligeiro bafo a alcool… pas mal!)
tenho por hábito dizer que não acredito no azar, mas que sou bafejada pela sorte. o que parece uma grande incoerência. [e talvez seja… quem sou eu para ter a pretensão de não ser incoerente! logo eu…]
mas a palavra azar lembra-me logo desculpas apresentadas, para justificarem a desresponsabilização pelas coisas que nos acontecem.
ao invés, à sorte atribuo sempre uma grande dose de conjugação de factores, que me são extrínsecos, mas que, para os quais, eu soube estar preparada para acolher e, até, escolher ser escolhida.
isto é mesmo o caso típico, de procurarmos o que melhor nos convém e satisfaz o ego.
se for pelo lado positivo, ainda melhor!
– sim?
– não?
– talvez?
– é conforme?
– tudo depende?
que dizeis?
ontem, após o telejornal, a sic apresentou um programa chamado “sentença de vida”, que abordava o tema dos pacientes em estado vegetativo persistente – o que leva a isso e o que fazer depois disso.
grande parte do programa foi preenchido com um filme, que dava a conhecer o caso de uma menina no estado acima descrito, e do seu dia a dia e da sua mãe.
eu fiquei atordoada com a lucidez da mãe. tanto no filme, como depois em estúdio.
e, tal como me disse uma amiga “como seria mais fácil se todos conseguíssemos ser assim”.
a lucidez, no sofrimento, é uma coisa tão difícil de conseguir.
… 2008!!!!!!
(são 02:29 am. estou quase sem voz. os ultimos dias de 2007 trouxeram-me dores de garganta. em compensação, foram dos mais apaixonados que já tive. saio apaixonada de 2007, entro apaixonada em 2008. haverá lá melhor maneira de começar um ano?? ainda que quase sem voz.)

o que safa estes dias, são mesmo os presentes!
e a comida, vá lá!
ok e a família e as amigas.
[e o espumante da grande.]
(ai… ando com um défice de horas dormidas…)
obrigada pelas visitas e pelos comentários. agradeço e retribuo.
ah… e boas festas, então!
(vocês acreditam que há quem mande aquelas mensagens estúpidas mais do que uma vez?
são diferentes, mas qual delas a pior!!)
e o porto que perdeu?
há pessoas tão marcantes, que mesmo após morrerem conseguem condicionar os que cá ficam.
deve ser isso a imortalidade.
às vezes gostava que o meu gostar fosse mais simples.
mas cada vez tenho mais dificuldade em lidar com núcleos fechados.
[tive tanto trabalho em resolver o meu, chiça!]
adenda:
não é nunca de desprezar, bem pelo contrário, uma opinião científica da coisa.
a serotonina resume na perfeição:
Os núcleos fechados não permitem o emparelhamento de cadeias de DNA para a formação de RNA, o que seria uma tristeza!
E não haveria mensageiros nem códigos e essas coisas todas que permitem as interacções e aprendizagens entre as pessoas.
o josé pacheco pereira tem, nas suas páginas na visão, um provérbio popular do qual eu gosto muito: quem nasce lagartixa não chega a jacaré.
a mim, o que me chateia é que, neste carnaval todo, aceitem o traje de jacaré. é porque não dá, mesmo. não deixam de ter aqueles passinhos apressados da lagartixa, a sua pequenez de cérebro e nem a morder com jeito aprendem! uma tristeza…
se a orientação sexual não é uma escolha, os bissexuais são o quê? uns desorientados?
obviamente, que quando alguém questiona quem é o homem numa relação de lésbicas, está tudo menos interessado em saber, quem é que tem jeito para o bricolage e quem é que cose os botões.
a pergunta traz, sobretudo, uma curiosidade sobre o carácter sexual da coisa. eu nem vejo mal nenhum nisso. na curiosidade (quantas vezes, olho para um triste de um director que aqui anda, e me questiono o que fará aquele tipo com a mulher, na cama). claro que essa curiosidade sobre “como é que as mulheres se desenrascam” não é inocente, é provocatória e encerra, na maioria da vezes, algum ressabiamento. daí que a importância que lhe deve ser atribuída seja nula. a não ser que se tenha a intenção de querer mudar o mundo, o que me parece tarefa algo árdua e até estéril. o investimento não deve ser feito com quem não chega lá – é mera perda de tempo.
eu nunca fui confrontada com esse tipo de questões – toda a gente sabe que lá em casa parafusos e bricolage é com a maria, assim como os vernizes e os batons – e sei bem porquê. nunca me pus a jeito para que elas surgissem: os meus amigos não me questionam sobre questões íntimas, e os conhecidos nem lhes dou hipótese, sequer, de o fazerem. isto é simples como água.
quanto ao que poderão dizer nas minhas costas, é à vontadinha. a mim só me interessa a opinião dos que gostam de mim, e ainda assim, com alguns limites. as decisões sobre a minha vida não são colocadas em assembleia, e o mínimo que exijo é respeito e independência total, que é o que dou aos outros.
aqui e ali, fica-me a sensação que há muito quem se ponha a jeito, para depois poder acusar. mas isto digo eu, que sou um bocado cínica.

ao contrário do que a imagem pode fazer crer, a reconciliação é tudo menos uma coisa de se atirar para o caixote do lixo. é ela que nos permite apaziguar as nossas lutas internas e progredir num caminho mais consentâneo com a nossa felicidade. nem sempre é facil, mas os efeitos valem a tentativa.
(na foto, um pormenor da nova igreja da santíssima trindade, em fátima)
essa coisa que me fascina!
às vezes fico com a sensação que existe aqui um lado racional demais, que impede que a minha espiritualidade se manifeste.
ainda volto à rute para estudar isto!
(eu tinha que estragar o post!)

num barco de rio

é o que se espera, agora que o fim de semana (longo) se aproxima.
[agora, com licença, que é pessoal: P., em troca do pôr do sol no campo]
quando escrevi sobre ela, uns posts abaixo, estava a recordar-me de uma conversa tida há dias com uma amiga – sobre a incapacidade da sua companheira em aceitar o seu deslize.
e o quanto lhe referi, que bem certo é o ditado [como são quase todos] que quem anda à chuva, molha-se. portanto, é primordial que se pense muito bem no que se vai fazer, porque as consequências poderão ser desastrosas – mesmo que, para quem trai, a situação não passe de um mero deslize. sem importância. à partida pensa-se “sem consequências”.
só que numa relação, que no mínimo terá de implicar duas pessoas, não se pode ter somente em conta aquilo que sentimos. e ainda que pensemos conhecer muito bem quem nos acompanha, há situações que não são, de todo, do nosso controle.
e a confiança que pode precisar de muito tempo para ser conquistada, num minuto cai por terra. e quem é traído não consegue evitar que isso lhe aconteça – a perda de confiança. no outro, e em si. e uma relação sem confiança não presta para nada. é um caco, não nos iludamos.
tive imensos deslizes, ó se tive! na verdade, sinto que andei a treinar vinte anos, para encontrar a relação perfeita. e de todas as vezes que os cometi, estava consciente dos riscos que corria. e, principalmente, sabia os motivos que me levavam a fazê-lo. ao fim de tanto tempo, resolvi que havia de encontrar respostas concretas para a coisa, e mais, a solução para que tal não voltasse a acontecer com a mesma leveza.
sei que tenho conhecimento, para antecipar esses deslizes. e decidir o que fazer com isso.
também sei que não quero omitir – sou péssima a omitir sentimentos e sensações; era sempre apanhada como um passarinho, até porque minto muito mal. portanto, só me resta não o fazer.
e, na verdade, procuro todos os dias alimentar a relação que tenho, de forma a que ela nunca deixe de ser aquilo que é: perfeita. e nada fácil, como convém. (nem imaginam o que é ter uma mulher gémeos!!!)
muita gente desiludida com a prestação da selecção de futebol, aponta-lhes como receita a humildade e o amor à camisola das selecções de basquetebol e de rugby.
percebo que a frustração das expectativas leve a que se reduza a coisa de forma tão simples.
mas convém não esquecer que, em muitas coisas, mas na competição principalmente, é tão mais difícil manter-se no topo, do que chegar lá.
ter consciência da razão pela qual as coisas nos magoam, só é positivo se servir para as alterarmos. doutra forma, é só a sensação fútil de que nos conhecemos muito bem, mas não utilizamos devidamente o conhecimento que temos. o que mais cedo ou mais tarde redonda* redunda em frustração.
ps: (ó miúda, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima! – vai com as cifras, para pegares numa viola e acompanhares)
ps II: (olha, e a seguir pode ser esta: parei contigo!)
* arre que é burra! obrigada, prima!
eu devo ser anormal, mas não me lembro de nada verdadeiramente importante que me tivesse sido impedido, pelo facto de estar com uma mulher em vez de um homem.
e nem se pode dizer que seja uma pessoa pouco exigente.
o que me parece, às vezes, é que há gente que está sempre à espera que outros façam o caminho por si. por falta de coragem. também já a tive. e tenho, aqui e ali. mas estou consciente que esse é um defeito meu.
a maioria das coisas, que não conseguimos concretizar na vida, estão mais dependentes do nosso esforço do que do impedimento de terceiros.
e esta não é uma premissa exclusiva dos homossexuais.
estou cheia de sono e ainda meia a dormir.
(lamento, que a maioria das pessoas que pertence a associações de defesa de direitos, tenha toda um discurso muito redondo, a bater sempre nas mesmas teclas e não consiga sair dessa pele e tornar-se, nem que seja por momentos, leve e solta!)
foi giro e divertido, porque eu não levo estas coisas muito a sério. valem para uma conversa descontraída. pena foi que o tema inicialmente proposto, a partir de determinada altura tenha sido esquecido. mas, lá está, convidam gente que só sabe falar de estatísticas e aquela merda descamba para uma coisa sem interesse nenhum.
eu só lá fui para responder porque é que gostava de futebol. e para saber porque é que as mulheres gostam de futebol. quando é que foi o primeiro jogo feminino, quando é que houve a primeira árbitra, quando é que…, quando é que…, quando é que… são coisas que não me interessam minimamente! aliás, caguei! já lá vai tempo em que absorvia essa informação inútil. agora, estou noutra!
aliás, acho graça a esta coisa das associações dos direitos. de repente, acham que representam toda a gente. e falam para nós, neste caso pobres mulheres, que ainda não vimos que isto é tudo muito desigual (só porque não temos o mesmo discurso agressivo, amargo e ressabiado) com um altivez de iluminadas, como se nos estivessem a prestar um grande serviço!
quero lá saber dessa merda, pá! eu lá pedi para ser representada?!?! e defendida? e por gente assim… deusmalivre!
mas deixou-me aqui umas dúvidas interessantes: – não tenho a certeza se as mulheres têm a mesma apetência (gosto, prazer, necessidade) para a prática de desporto de competição, do que os homens; – não sei se haveria tantos homens a fazer futebol de competição, se não usufruíssem de uma contrapartida financeira (e não me refiro a jogadores de top); – tenho sérias dúvidas, muito sérias, mesmo, e contrariando a maioria das opiniões dos presentes, que uma das causas para o pouco desenvolvimento do futebol feminino seja a pouca divulgação pela parte dos orgãos de comunicação social; – não tenho a certeza de que, em portugal, todas as pessoas que vão aos estádios e vêem na televisão jogos de futebol, o façam pelo gosto pela modalidade, ou se será mais pela paixão que têm em relação ao clube, o chamado “vestir a camisola” (selecção nacional, incluída);
interessante foi saber que o futebol é a modalidade com mais jogadoras inscritas, seguida da ginástica. e que as praticantes do futebol são em número superior a todas as outras modalidade colectivas juntas. ou seja, haverá de facto alguma propensão para, nas mulheres que gostam de praticar desporto, o futebol ser dominante? ou será um acaso de investimento (ainda que precário) no futebol e desinvestimento no andebol, volei, basquete, etc?
resumindo e baralhando: ainda mais interessante do que o parágrafo anterior, que era somente eu a divagar, é o facto de que, nem após estas conversas e raciocínios, eu sinta saudades de ser jogadora federada ou nem dirigente. assim é que é lindo! missão cumprida, vira-se a página e vamos à nossa vida, que há um mundo inteiro lá fora à nossa espera!
e ainda para mais com este calorzinho…
minha querida elisa,
acabadinha de ler o teu post, lembrei-me de uns tempos, já longínquos para mim mas de todo inesquecíveis [convém não esquecer o importante, ainda que seja penoso], em que à semelhança do teu estado de espírito, escrevi o seguinte:
“(…) hoje, ao contrário do que a minha querida bé me costuma dizer, não carrego o mundo. como estou magnânima, carrego o universo, mesmo! que merda!”
não tem nada de mal, aqui e ali, carregarmos com o mundo, com o universo, até! no entanto, convém utilizarmos uns pneus todo o terreno e tracção 4×4 – só para não ficarmos muito tempo nessa tarefa. é que para além de não ser nada saudável, é monótona e distrai-nos das coisas boas da vida. e não vá dar-se o caso, de nos esquecermos dos travesseiros de sintra. seria imperdoável!
apesar do meu egocentrismo, não foi fácil!
narizinha, aqui vai!
Eu quero… felicidade para todos, que é para não me chatearem a cabeça
Eu tenho… pouca tolerância para gente de cabeça mal resolvida
Eu acho… que estou no caminho certo
Eu odeio… que precisem muito de mim; que me chamem gaja
Eu sinto… que revigorei aos 41 anos
Eu escuto… tudo o que os outros dizem
Eu cheiro… a comida
Eu imploro… (já não imploro)
Eu procuro… controlar-me quando estou com fome
Eu arrependo-me… de nada
Eu amo… a Maria
Eu sinto dor… quando não consigo lidar com as minhas dificuldades
Eu sinto falta… do calor de áfrica
Eu importo-me… comigo
Eu sempre… sou sincera comigo
Eu não fico feliz… se me sentir amarrada
Eu acredito… em mim
Eu danço… música africana
Eu canto… em todo o lado, mas especialmente na banheira
Eu choro… quando me sinto impotente
Eu falho… na diplomacia
Eu luto… pelos meus princípios
Eu escrevo… no blog
Eu ganho… uma merda de ordenado!
Eu perco… o controle quando estou com fome
Eu nunca digo… coisas que não sinto
Eu confundo-me… com a fé
Eu estou… feliz
Eu sou… bem disposta (excepto quando estou com fome)
Eu fico feliz… com coisas simples
Eu tenho esperança… de saber lidar com a ausência
Eu preciso… de sentir que os meus pais estão bem
Eu deveria… ser mais ambiciosa
fácil fácil, era agora questionar isto tudo! e interessante, também!
há certas pessoas, com as quais não vale o investimento de tentarmos fazer-lhes ver outra realidade, que não a sua.
não chegam lá, coitadas!
a Cristina passou-me esta coisa do “meme”:
“Um “meme” é um ” gene cultural” que envolve algum conhecimento que passas a outros contemporâneos ou a teus descendentes. Os memes podem ser ideias ou partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autónoma”.
como a imaginação não é muita e de palavras está a malta farta, quiçá as imagens façam algum sentido. esta foto foi tirada na marginal de benguela, mesmo ao lado da praia morena.
bem, isto implica continuidade. vamos lá a ver se alguém, das voluntárias à força abaixo descritas, aceita o desafio:
a I. que há tanto tempo não a vejo e é criativa q.b. para me surpreender, a Bifinha como castigo de me ter dado uma banhada no sábado, a Denise porque tem múltiplos argumentos para todas as coisas da blogosfera e a Karla por ter sempre coisas bonitas e interessantes a revelar. (eu sei que eram seis mas não me apetece mais!)
afinal, como ela gostou tanto, fica o desafio também para a elisa: estamos à tua espera para ir aos travesseiros!
a minha querida maria diva, lembrou-se de me premiar com isto. eu era mais obosmóis e raclette e quinta de camarate branco, mas pronto! se acaso a conhecem, sabem que ela não é mulher à qual se negue alguma coisa!
pois bem, e não querendo fazer corrente, até porque alguns dos blogs que vou citar já foram contemplados (jp não comeces já a esbracejar), aqui vão cinco dos meus thinking blogs:
– a prima é doida varrida
– assumidamente
– controversa maresia
– faz de conta
– viagens interditas
ora, completada mais esta missão, vou à minha vida!
os casais, que vi de mãos dadas na party, deixaram-me a estranha sensação de quem leva alguém a reboque, sem o mínimo de emoção, de afecto, de cumplicidade.
como se se cumprisse um ritual de forma mecânica e automática. ou, sendo bem mais incisiva, como se se quisesse mostrar, à saciedade, que esta que aqui vai é minha, muito minha.
mas, emoção, afecto, cumplicidade que são bons e a gente gosta, não vi. com grande pena minha.
está visto que vou ter de voltar, porque seguramente fui eu que vi mal.
ou, mesmo a propósito do que escrevi aqui, a confirmação.
está desfeito o mistério – não o da fé, mas o que me leva a fazer uma data de fotografias completamente desequilibradas.
veja-se só o exemplo acima. uma fotografia tão bonita, passe a imodéstia, com o horizonte a descambar para o lado direito!!! o horizonte não é torto, em áfrica – pelo menos que eu saiba, porque eu é mais moamba, funji, doce de mamão e kizombas e coisas que tais!
mas a Maria disse-me, e eu já confirmei, que tenho o ombro direito meio descaído. será postura, reflexos de uma valente investida de bicicleta contra um muro, ou quiçá uma perna bem mais curta que a outra? va savoir! o que é certo é que tenho, e que talvez daí resulte os meus horizontes tombados, torres de igreja inclinadas, etc, etc.
questões de perspectiva, portanto!
(eu nem quero atentar nas consequências psicológicas da coisa…)
(é o que não me falta, às vezes, nesta secretária iluminada por uma enorme janela)
eu, se fosse treinadora (coisa que nunca esteve, sequer, nas minhas cogitações), havia duas coisas que não faria: treinar com os jogadores (ou jogadoras) e exemplificar na prática os exercícios.
muitas vezes, naqueles treinadores adeptos de métodos mais tradicionais, se verifica com frequência, eles a participarem nas corridas à volta do campo e também nas chamadas peladinhas. não sei se isso acontece porque têm saudades do tempo de jogadores, ou se gostam de se misturar para melhor controlar os desabafos que os jogadores, aqui e ali fazem contra o treino e o treinador. acho esses desabafos perfeitamente naturais. e os jogadores devem ter esse espaço de liberdade – já é dose levar com o mesmo treinador todos os dias, a corrigir, a mandar fazer, a ralhar, etc, etc, quanto mais ainda ter que levar com ele mesmo no meio do grupo!! se o fazem porque gostam muito de jogar, e ainda não abandonaram por completo o papel de “jogadores”, devem procurar outro espaço fora da equipa – com amigos, ex-companheiros, etc. e, já agora, resolver a cabeça porque ser jogador de competição, na maioria dos desportos, tem o seu tempo certo e limitado – não perceber ou aceitar isso revela alguma coisa…
quanto a exemplificar na prática os exercícios, só revela insegurança na sua capacidade de comunicação – e, não raras vezes, quando se procura exemplificar, sai merda! e é pior a emenda que o soneto – é só ver os jogadores a gozarem com a cena! pela surra e tal, mas gozam. e bem!
mas, eu nunca fui treinadora e seguramente nunca o serei! e, ainda que nunca seja uma palavra que não deve ser evocada em vão, eu reafirmo-a! é que eu tenho muito bem consciência das minhas limitações. e motivações, também.
isto de conhecer as pessoas que estão dentro dos blogs tem muito que se lhe diga.
há loucuras e contradições e preconceitos que me fazem rir e dispõem bem, porque conheço as pessoas que os escrevem e sinto um certo carinho por elas. e sei que, na realidade, muitas daquelas coisas acabam por não ser bem assim, ou pelo menos em certas alturas são diferentes. e sinto-as ligeiras e sem grandes pretensões que não seja aliviar a tripa através da escrita.
já o contrário dá-me vómitos. ler um blog cheio de intelectualices, textos muito complexos com palavras dificílimas, templates a dar ares de muito trabalho e superioridade estética, aqui e ali um pedantismo velado que a modéstia fica muito bem – e vai depois a gente conhece a pessoa num acaso de merda que a vida nos proporciona, fora do template e tal e ela revela-se uma merdosa histérica sem educação, e cheia de ressabiamentos, que a vida sempre se encarrega de os colar à nossa pele!
e quando se volta a ver o blog, e deparamos com mais uma coisa daquelas difíceis, que admito a minha pouca escolaridade não me deixa atingir no seu pleno, a gente olha, lê e… fica com pena, coitada! tão pobre!
às vezes, aquele cansaço que se apodera de nós, e cansa, cansa, cansa, e não nos larga, não tem nada a ver com o físico e pode ter o rico nome de depressão.
(é importante não descurar esta opção – é que para além do tratamento não ser o descanso, ainda nos arriscamos a chatear a cabeça a quem nos ouve, sempre com a mesma lenga-lenga do cansaço!)




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