a amargura é um sentimento que não tem benefício nenhum.
o tempo que gastamos a cultivá-lo, é mais do que um tempo perdido – é um tempo maléfico, que nos faz ressaltar o pior que existe em nós, que nos cega o horizonte, nos limita o pensamento, nos amarfanha como pessoas.
nem sempre a vida é feita de vitórias e glória. há momentos de perda, que nos abalam. perdas que, em consciência, pensamos não ter contribuído para elas acontecerem. mas o que nos faz seguir em frente é a elevação com que as encaramos, aceitando o inevitável e procurando um caminho objectivo que nos leve a superá-las. 
procurar culpados, descarregar sobre eles a nossa fúria, alimentar ressentimentos, catalogar comportamentos, só serve para alimentar o mal. deveríamos ter mais em atenção aquilo que a história das pessoas, ao longo dos tempos, nos tem mostrado:  mais cedo ou mais tarde toda a gente supera, perdoa ou resolve. às vezes isso só acontece em situações extremas, como é no caso de doenças, morte, etc, etc. mas, invariavelmente, o tempo esbate o lastro de amargura que carregamos. por isso, porque não atacá-la logo que surge? porquê alimentarmos uma coisa que é como um vírus que se espalha por nós e marca toda a nossa vida futura?

[encontrar nos outros o motivo pelo qual nem sempre a vida nos corre bem, para além de uma desresponsabilização total, é assumirmos que somos completamente incompetentes quanto ao rumo do nosso destino. o que se revela uma tristeza…]