certamente, não nos perdemos, minhas amigas. o ano não não justifica ausências, comportamentos. entendamos tudo isto como um pacote de aprendizagem. estamos, algumas de nós, em desencontro. há fases da vida em que nos aproximamos mais, que todos os nossos interesses e desejos se sintonizam. outras, em que temos necessidade de fugirmos cada uma para seu lado. uma necessidade que nem sempre é consciente, assumida. mas que é real. e não tem mal nenhum. haveremos de nos reencontrar lá mais à frente, estou certa disso. não nos perdemos. só não estamos sintonizadas. tudo o que vivemos até agora já não será repetido nos mesmos sítios, com o mesmo sentimento. foi como se tivéssemos perdido a inocência dessa partilha específica. mas teremos direito a outra. eu sei que é difícil aceitar as perdas, a mudança. se sei! mas também sei da minha responsabilidade nisso. e, por isso, por aceitar a minha responsabilidade, sinto que este é um momento de turbulência para as nossas relações, mas que é uma turbulência interior. que em nada vai interferir com o que viveremos no futuro. isto porque acredito que o caminho individual de crescimento, que necessitamos de viver em separado hoje, não vai arrastar na sua conclusão nenhum ressentimento. não é nada dirigido. às vezes parece, mas não é, acreditem. somos nós a viver a mudança da idade. a questionarmos o que fizémos. a chorar perdas. a lamentar não termos feito mais coisas. mas não é dirigido. é individual. é interior. e, quando passar, vai voltar a ser bom. com mais cabelos brancos, mais rugas, mais rabugice, talvez, mas acredito convictamente que saberemos lá chegar e reencontrarmo-nos. e reconhecermo-nos.

[post muito dedicado, mas no fundo para toda a gente que, aqui e ali, vive desencontros.]