não sei muito de artes marciais, embora seja fascinada por elas. mas sei que um dos princípios, daí eles conseguirem fazer algumas coisas que parecem impossíveis, é aproveitar a energia que o adversário dispõe no ataque, em proveito próprio.
isto vem a propósito de uma conversa no sábado, com uma amiga distante que raramente vejo, e da forma como ela geriu um ataque de que cobardemente foi sujeita. tipo um outcoming feito à má fila por alguém que lhe era muito querido.
e, ao invés de a ver sofrida e amargurada e sedenta de vingança, encontrei alguém magoado, sim, mas a retirar o que de bom tinha acontecido da situação. o que isso, apesar da mágoa, tinha permitido. e a seguir em frente.
esta é uma coisa que muitas vezes lemos e ouvimos relatar, mas que é sempre uma experiência mais agradável de ouvir, de viva voz, por alguém que sabemos que existe. e mais, que sentimos que tudo o que nos diz é verdadeiro. que não há ponta de ressabiamento, de coisa mal resolvida.  
e eu fiquei tão feliz por ela. por ter ousado reparar a sua vida, ter assumido uma verdadeira mudança, certamente com muita angústia, mas com nada de amargura. e pessoas que conseguem fazer isso, dessa forma, certamente são merecedoras da minha admiração.
por não perderem tempo a chorar o que já aconteceu, a culpar tudo e todos, antes a pegar o touro pelos cornos e fazer da sua vida o que realmente sente que deve ser feito!
e não, não é fácil. mas quem disse que a vida é fácil? não é fácil, mas merece ser vivida por nós da melhor forma possível!