olha, Ana., numa caixinha comecei por arrumar a mãezinha e o pai (com preponderância para ela, como se pode observar na forma de tratamento), mais o seu sentido de protecção, que me tornou demasiado irresponsável – e não, não é no sentido de não assumir responsabilidades dos meus actos, que felizmente isso até ía conseguindo fazer, mas mais no sentido de não me propôr a responsabilidades (o que não é a mesma coisa).
noutra caixinha arrumei a impulsividade e as respostas primárias a estímulos – fossem eles verbais ou físicas. aprendi a ponderar as respostas e a desvalorizar os comportamentos alheios.
noutra caixinha meti o medo e a culpa. medo de estar sózinha, gerado pelo medo do compromisso (parece incongruente, mas não é) e culpa por sentir que nunca conseguia cumprir com o esperado.
e mais umas coisas, claro, mas isto não é receita para ninguém. até porque todos somos diferentes, não por uma originalidade exótica, mas tão somente porque vivemos e sentimos as coisas consoante a nossa experiência de vida. logo, ainda que tivéssemos feito o caminho lado a lado, certamente não seriam estas as tuas resoluções.

8 comentários
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Quarta-feira, 18 Março, 2009 às 14:38
amariadaiana
posso parecer tendenciosa… mas que balanço tão bem feito neste post!… e sinal evidente de um processo de sucesso!
Quarta-feira, 18 Março, 2009 às 21:15
Pilantra
Rapariga… estás uma mulher !
Quarta-feira, 18 Março, 2009 às 23:57
aNa
minha maria
és uma querida.
Pilantra
podes crer – e cheia de cabelos brancos! 😉
Quinta-feira, 19 Março, 2009 às 12:14
Ana.
aNa,
Este processo todo foi só com a ajuda da Rute ou teve mais uma ajudinha… por fora 🙂
É que, por aquilo que me tenho vindo a aperceber a Maria tem tido um trabalho de “bastidores” fantástico :D… e quando assim é……
Quinta-feira, 19 Março, 2009 às 12:43
amariadaiana
Não. Claro que este processo todo não foi só com a ajuda da Rute! Teve mais uma ajudinha… por dentro!!! Eu diria até que a “ajudinha” foi da Rute e que o trabalho, esse sim, foi da aNa. Não é possível um processo terapêutico de outra forma. Eu só apareci depois. Quando já havia um campo florido e perfumado em que me instalei.
Quinta-feira, 19 Março, 2009 às 12:55
nina
excelente post. isso faz-me lembrar aquele dizer do “não sei do que falas, mas quero 2 caixinhas” (piadolas acerca de assuntos sérios- Freud explica).
Mas comentando a Maria, claro que a Dama tinha que se instalar num prado florido e perfumado. Não fosse ela beija-flor 😀
Quinta-feira, 19 Março, 2009 às 13:57
aNa
Ana.
a Maria é uma interlocutora fantástica, é verdade. mas, não estivera eu em processo efectivo de mudança e de nada isso me adiantaria.
minha maria
e o que elas não sabem é o quão exigente tu és!
tenho de me espatifar todinha! 😛
nina
e ‘perfumado’ tem tudo a ver com ela! 😉
Quarta-feira, 25 Março, 2009 às 17:27
Cátia
Passo por aqui e sorrio… Pode ser que daqui a uns tempos possa dizer o mesmo da Rute… De facto uma profissional fantastica!