996 – o sossego

Ora aqui está uma questão pertinente. A verdade é que um bairro com as caracteristicas do Bairro Alto existem espalhados por essa Europa fora e por esse mundo fora e são mantidos e acolhidos. Os moradores do Bairro Alto, novos ou velhos, devem lá manter-se e perpetuar-se, afinal é ou não importante devolver os bairros aos lisboetas????
A semana passada fui lá jantar e fiquei a saber umas coisas que me parecem ser importantes para ajudar a discussão:
1. já não é 1ª vez que esta questão se coloca (aconteceu quando abriram as Docas e depois com a Expo);
2. a vigilância do Bairro Alto é feita pela policia, paga pelos comerciantes do Bairro – 32 mil euros de gratificados/ano. A opção, segundo a informação, ainda que fique mais cara, prende-se com o tornar o bairro mais seguro mas sem a presença dos “gorilas” sem formação (na maior parte dos casos) que dão pelo nome de seguranças;
3. abriu um novo bar pertencente ao grupo K, em Santos (ao qual já tive o prazer de ir e que até tinha uma música dos meus tempos de juventude, numa das salas), de frente para o rio;
4. não sei quem é ou quem são os donos deste grupo K mas basta ir a Santos para ver a quantidade de bares com a letra;
5. ora um investimento tão grande na zona ribeirinha de lisboa (dinheiro a entrar na Câmara e na capitania tem que ter contrapartidas…
6. neste contexto, nada melhor que encerrar o bairro alto a partir das 2 para que o pessoal se desloque para santos e para os novos espaços (a cerveja custa o dobro que se paga no bairro);
7. por fim, e caso nos tenhamos esquecido, há formas de barrar o som como por exemplo, janelas duplas, reforço das construções. Se os sucessivos presidentes da camara municipal de lisboa utilizam a baixa de lisboa para ganhar votos (VAMOS DEVOLVER A BAIXA AOS LISBOETAS) então porque é que não investem na melhoria das casas para permitir o almejado sossego dos moradores?
Ainda não há muito via uma reportagem sobre um dos bairros tipicos de madrid e, engraçado, a opinião dos moradores era que gostavam da animação do bairro, das noites movimentadas e barulhentas. Lembro-me de pensar que sendo a maior parte das pessoas entrevistadas de alguma idade, aquela movimentação ajudava-os a sentirem-se vivos, a estar vivos e mais despertos….

Apoiado! Escrevi uma posta no meu blog precisamente sobre este assunto. Ou se consegue conjugar com alguma flexibilidade os diferentes interesses, ou então se algo tiver que ser sacrificado, que sejam os bares. A bem do descanso e tranquilidade, garantidos por lei constitucional.
Saudações do Marreta.