o ney, abençoado rapaz de 67 anos (fui confirmar numa data de sítios, para ter a certeza, tal o meu espanto!) que se mexe e canta e encanta, deu-nos um espectáculo magnífico de cor, som e muita sensualidade – aquele fatinho transparente, de lycra, com motivos índios “tatuados” e nas pernas uma decoração de meias de fantasia, com que ele se passeou pelo meio do público, tão simples, sem fugir ao toque, às flores, aos sorrisos! (67 anos! ainda nem quero crer!)
a banda que o acompanha, simplesmente fantástica! os arranjos musicais excelentes. alguns a roçar um rock meio psicadélico, muito forte.
na abertura duas canções que adoro: ‘o tempo não pára’ e ‘mal necessário’.
 
Mal necessário
Sou um homem, sou um bicho, sou uma mulher
Sou as mesas e as cadeiras desse cabaré
Sou o seu amor profundo, sou o seu lugar no mundo
Sou a febre que lhe queima mas você não deixa
Sou a sua voz que grita mas você não aceita
O ouvido que lhe escuta quando as vozes se ocultam
Nos bares, nas camas, nos lares, na lama.
Sou o novo, sou o antigo, sou o que não tem tempo
O que sempre esteve vivo, mas nem sempre atento
O que nunca lhe fez falta, o que lhe atormenta e mata
Sou o certo, sou o errado, sou o que divide
O que não tem duas partes, na verdade existe
Oferece a outra face, mas não esquece o que lhe fazem
Nos bares, na lama, nos lares, na cama.

[Grande, obrigada pelo desafio]