agora já sem ponto de interrogação, antes sim uma afirmação convictamente assumida.
eu vivo uma. e esta certeza não tem nada de leviano (já não tenho idade para perder tempo com leviandades). é fruto de um acumular de experiências, de encontros e desencontros, e principalmente de uma atenção redobrada a tudo o que fui vivendo, de modo a estar preparada para isto me acontecer.
não sei se há um tempo certo, ou seja, se temos de viver mais ou menos, termos mais relações ou menos relações – tenho para mim que o contacto com a diversidade e sua consequente vivência, nos dota de maiores ferramentas, mas isto sou eu.
sei que quando me deparei com o início da relação que vivo, senti que era aquilo que eu esperava, e para o qual me tinha preparado.
e a relação é perfeita porque é, todos os dias, viva. porque sendo vivida por duas pessoas extremamente diferentes, essas diferenças só servem para estimular e nunca para afastar. as discussões, quando são fúteis caem logo por terra, e quando são profundas fazem-nos evoluir.
e porque é que digo que tenho a relação perfeita – porque nunca tive nenhum dia em que me apetecesse virar as costas e procurar outra vida. o que significa que eu me sinto bem, com as minhas necessidades preenchidas e nada sufocada.
o truque está em perceber o que queremos para nós (e, na maioria das vezes, as pessoas não conseguem sequer identificar isto), e procurar (ou esperar que nos encontrem) alguém que nos seja suitable (não consigo encontrar melhor explicação).
e depois, ter muito respeito por nós, e a seguir pelo outro. e o respeito de que falo não tem a ver só com o tratamento, antes sim, com o aceitar a individualidade de cada um, e não procurar que o outro seja um espelho de nós.
por fim, desvalorizar aquelas merdinhas que moem, moem e um dia fazem-nos desesperar e mandar dois berros e dizer coisas que depois… enfim, vocês sabem – a pasta de dentes estar para baixo ou para cima, o casaco que está há bué em cima do quarto ao lado, a toalha que não se estende para secar, etc, etc.
não sei se isto soa a demasiado simples. ou simplório, talvez. que seja.
não soará, certamente, a receita. porque essa não existe, na medida em que somos todos tão diferentes, que o que me satisfaz não fará as delícias dos outros.
houve um tempo em que costumava dizer que não sabia o que queria, mas sabia bem o que não queria. esse tempo já passou. hoje sei muito bem o que quero! e olhem que se eu consegui isto, qualquer um consegue. é uma questão de investimento.