eu devo ser anormal, mas não me lembro de nada verdadeiramente importante que me tivesse sido impedido, pelo facto de estar com uma mulher em vez de um homem.
e nem se pode dizer que seja uma pessoa pouco exigente.
o que me parece, às vezes, é que há gente que está sempre à espera que outros façam o caminho por si. por falta de coragem. também já a tive. e tenho, aqui e ali. mas estou consciente que esse é um defeito meu.
a maioria das coisas, que não conseguimos concretizar na vida, estão mais dependentes do nosso esforço do que do impedimento de terceiros.
e esta não é uma premissa exclusiva dos homossexuais.

8 comentários
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Terça-feira, 31 Julho, 2007 às 19:36
sem-se-ver
exactamente. sem tirar nem pôr.
Quarta-feira, 1 Agosto, 2007 às 00:03
j.p.
cheinha de razão. cheinha
🙂
Quarta-feira, 1 Agosto, 2007 às 12:29
cristina
nem mais!! beijos ó corajosa 🙂
Quarta-feira, 1 Agosto, 2007 às 15:21
Mente Assumida
Prima, gostaria de dar-te inteira razão, mas não posso. Há coisas que dependem de nós, sem dúvida. E há coisas que dependem de oportunidades que nunca chegam a surgir. E ainda aquelas coisas que dependem dos outros todos (o Estado) e aquelas que, embora dependam de nós mesmos, não podemos obrigar os outros a respeitar.
Somos umas meninas de sorte, é o que é, porque a nossa coragem, apesar das falhas, permite-nos pensar primeiro em nós e no nosso bem-estar e só depois nos outros e nas suas caraminholas e preconceitos. Mas nem toda a gente vive assim e olha que nem sempre é por não querer…
Um beijo.
Quarta-feira, 1 Agosto, 2007 às 16:25
aNa
ai… eu estava mesmo à espera duma destas!! 😉
na verdade, minha querida Prima, a minha condição não me inibe em nada de ser feliz! estou farta de ler e ouvir as pessoas desculparem-se com uma série de coisas que elas podem perfeitamente alterar! eu falo em felicidade, querida. sabes que eu só falo de afectos. e a felicidade só depende de nós. estou-me marimbando para os preconceituosos – comigo não têm palco!
não é pelo facto de não poder casar que não sou feliz. não era mais feliz se o pudesse. era só uma questão das coisas serem um pouco melhores, mas jamais deixo que esses pormenores me façam desculpar pelas lutas que eu não consigo encetar. lutas interiores. e é dessas que falo. cansa-me aquela visão de que tudo acontece porque se é homossexual. tudo acontece a toda a gente – infelizmente a desgraça bate a tantas portas!! somos nós que valorizamos o que nos acontece!
claro que eu acho que há imensa coisa à qual eu deveria ter direito. e no dia a dia procura sensibilizar quem está à minha roda, para tal. mas isso não me coloca entraves, e volto a repetir, não me faz estar sempre com a mesma ladainha, ai que eu não tenho direito a ficar com a maria quando ela está doente – diz-me, na realidade, quantas pessoas ficam com os cônjuges quando eles estão doentes?
sabes que eu, pá, para cabeças mal arejadas já não tenho pachorra!
reinventem-se os discursos. alegrem as caras. e trabalhem a cabeça!!!
e claro que penso em primeiro ligar no meu bem-estar, ora que diabo, isso é primordial. quem não o faz age mal. e é tolo.
e essa de que “nem toda a gente vive assim e olha que nem sempre é por não querer…”, minha querida Prima, já devias saber que depois de três anos de terapia não me podes dizer uma coisa destas – não cabe! 😀
ah! só mais uma coisa que reparei agora melhor: “(…) aquelas que, embora dependam de nós mesmos, não podemos obrigar os outros a respeitar.” – arranjamos outros que respeitem!! eu não quero perto de mim quem não me respeita. é fácil? não sei. nunca soube outro caminho, que não esse! não tenho termo de comparação. 😉
beijos imensos, que te adoro! e não deixes de escrever aquelas coisas magníficas sobre o preconceito, a discriminação, a falta de oportunidades, etc, etc. porque para além de eu adorar o que escreves, são palavras importantes para desmistificar muita coisa. e aqui, aparentemente, contradigo-me. aparentemente. é que nem toda a gente escreve bem e sem precisar de ser agressivo. e as tuas palavras não soam a ressabiamento. é essa a diferença.
Quarta-feira, 1 Agosto, 2007 às 17:10
neva
relativamente à questão de ter a vida mais difícil ou não fácil por ser lésbica, eu acho que é no dia a dia que marcamos a diferença, junto de quem está perto de nós. Até agora nunca tive ninguém que me descrimina-se como tal não tenho problemas desses, e todas as pessoas que estão na minha vida fazem ( amigos, família, colegas e afins do trabalho). Estou com a Ana, quem não quiser só tem de sair da minha vida não a quero cá, há tanta gente para conhecer.
Que ainda falta muita coisa? é verdade, mas também já faltou mais e eu pelo menos posso estar com quem eu quero estar que ninguém me faz mal. E até hoje sempre lutei para ter a estabilidade emocional que tenho hoje junto dos que me estão próximos, e já passei muitos momentos difíceis no passado com os meus pais.
Quarta-feira, 1 Agosto, 2007 às 17:12
neva
fazem- sabem
Quinta-feira, 2 Agosto, 2007 às 10:59
aNa
neva
temos, mas é, de marcar uma cimeira para discutirmos estas coisas 😉