em competição aplica-se muitas vezes a expressão “o que interessa é como se acaba e não como se começa”. porque há objectivos que são definidos no e pelo tempo.
já na vida não sei se isso será assim tão importante. acho que começar bem é sempre uma coisa boa. que projecta e ajuda a definir um trajecto.
mas como se termina é uma coisa que nos faz, muitas vezes, elaborar explicações, teorias, amarguras, mas que na verdade não interessa nada.
nem como se termina, nem porque se termina.
há um movimento interno que pode ser completamente autónomo e que nos diz: terminou. não fomos nós, sequer, que terminámos. sentimo-nos quase ofendidos pela sua independência. não temos a certeza de que seria o tempo certo. talvez, até, pensemos que ainda não era bem tempo para isso. ainda haveria algo que pudéssemos fazer, recompor, ajeitar. mas ele, o tal movimento autónomo, não sente piedade e assume-se e intala-se.
deixa-nos assim com uma sensação de impotência e de orfandade, até.
dói.
e estrebuchamos. revoltamo-nos.
no entanto, por muitos movimentos que possamos fazer, alguns desesperados, até, a coisa instalada não arreda.
aceitar é o único caminho que nos permite seguir em frente.
aceitar, principalmente, de que ao contrário do que todas as teorias de auto-ajuda possam indicar, nem tudo está sob o nosso controlo.

1 comentário
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Sexta-feira, 11 Fevereiro, 2011 às 16:29
B
e quando conseguimos “aceitar” tudo parece que começa a correr bem… o dificil é aceitar, é ter que passar um bom tempo para chegarmos a conclusão que temos que aceitar para seguir em frente, seguir o caminho…