em agosto escrevi um post que dizia isto: as pessoas têm liberdade para fazerem tudo o que desejam, inclusive a de assumir as consequências dos seus actos.
há pouco, quando fui fumar, ouvi uma conversa que me recordou esse post e o quanto me continua a fazer imenso sentido.
o que estava em causa quando escrevi isto, e em todas as vezes que o penso, é a mania que as pessoas têm de achar que, quando sabemos as consequências dos nossos erros, não deveríamos de errar. e dizem coisas como já não sei mais que lhe diga; já lhe fiz ver o que o seu comportamento pode provocar; etc, etc., numa atitude perfeitamente paternalista e altiva, de quem aconselha cobrando.
se há coisa que me fecunda, mesmo, é essa merda! essa altivez de se acharem: eu avisei… ai que fico possessa!
a liberdade é essa coisa: de fazermos o que queremos. se quiseremos foder tudo, fodemos, so what?
* a contabilidade invade-me os neurónios.

10 comentários
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Quinta-feira, 13 Janeiro, 2011 às 15:48
Joana
Errare humanum est, preseverare diabolicum digo eu arrogante, a custo zero!
Quinta-feira, 13 Janeiro, 2011 às 16:06
aNa
sabe, minha querida, às vezes é no caminho errante que se encontra o sentido. 😉
Quinta-feira, 13 Janeiro, 2011 às 17:38
Joana
aNa não sabia…agradeço-lhe a atitude paternalista no conselho. so what?
Quinta-feira, 13 Janeiro, 2011 às 17:43
aNa
não foi conselho, mas somente uma constatação pessoal e intransmissível.
Quinta-feira, 13 Janeiro, 2011 às 16:18
Blueangel
Mais nada!!!!! não podia concordar mais com
“a liberdade é essa coisa: de fazermos o que queremos. se quiseremos foder tudo, fodemos, so what?”
sigaaaaaaaaaaaaaaaa
Quinta-feira, 13 Janeiro, 2011 às 22:45
sem-se-ver
eu digo imenso, e quando nao digo, penso, «eu avisei…»
pronto, agora é que caiu a minha cotação a pique, certo?
Sexta-feira, 14 Janeiro, 2011 às 00:35
aNa
errado! 😛
mas, já agora, ensina-me lá uma coisa. como é que sabes o que é melhor para a outra pessoa? é que a minha dúvida é sempre essa. por isso é que não dou conselhos.
Sexta-feira, 14 Janeiro, 2011 às 22:51
sem-se-ver
porque sei, ora! por quem me tomas? : D
Sexta-feira, 14 Janeiro, 2011 às 22:56
sem-se-ver
agora a sério: nao sei, nem ninguem sabe, o que é melhor para outro, nem para nós mesmos, pensando bem. por isso é que fazemos tanta m*** (been there, done that). mas isso nao invalida que tenhamos opinioes e, supoe-se e deseja-se, abalizadas, certo? da experiencia de vida, da análise dos factos, do conhecimento do mundo e dos outros e/ou da pessoa em particular que ouvimos…
mas, naturalmente, pensar ‘eu bem te avisei’ não equivale – E ISTO A MAIOR PARTE DAS PESSOAS NAO ENTENDE (irritei-me agora) – sentir-se superior, ser-se arrogante ou paternalista ou condescendente! é meramente uma porra de uma constatação! cada um é livre de dar conselhos, se o outro os pedir, e o outro de os seguir, se quiser. se nao quiser, pois bem, arrisca-se (entre aspas) a um ‘eu bem te avisei’. e não é que tinha avisado mesmo?
Segunda-feira, 17 Janeiro, 2011 às 10:35
aNa
[se de cada vez que te irritares, fizeres estes comentários assim tão elaborados, quero que te irrites sempre! 🙂 ]
a questão é que as pessoas dão conselhos, na maioria das vezes, sem que lhos peçam.
e apesar da tua elaboração toda, que eu muito apreciei, continuo a pensar que é de uma grande petulância pensarmos que sabemos o que é o melhor para os outros.
no limite, o que sabemos é o que seria melhor para os outros se os outros fossem nós. mas não são. as análises que fazemos das situações dos outros é à luz da nossa experiência e dos condicionamentos que ela nos traz. ora, isso pode não ser igual para uma terceira pessoa.
e, de qualquer forma, dizer ‘eu bem te avisei’ é quase não aceitar que o outro tem de passar pela experiência de dar com os burrinhos na água.
mas o mais perverso de tudo é que nós gostamos de opinar porque também gostamos de ter razão. faz-nos sentir seguros. ainda que na nossa vida não saibamos como agir, mas isso não interessa nada!