este problema que tenho na coluna é uma coisa da qual me lembro desde sempre. pensando melhor, será talvez hereditário.
[tinha 11 anos e estava a ver uma montra de uma papelaria, numa das raras vezes em que vesti saia, e um tipo abeirou-se de mim e tocou-me nas pregas da saia. e eu dei-lhe uma palmada na mão para o afastar, ao que ele me respondeu “tu não és boa para cá ficar”. era para aí junho de 75.
no início dos anos 80, logo mesmo nos inícios, curtia as minhas noites na discoteca ETC em coimbra. era frequente por lá andar um tipo enorme, que eu sempre achei sinistro, ao qual chamavam alemão e diziam que tinha sido guarda-costas do agostinho neto. era frequente entrar em quezílias, até porque o seu corpo e a experiência de vida o faziam temer quase nada. um dia calhou ele estar de conversa com uns amigos e eu metida lá no meio. ele, um velho gigante fanfarrão, gabava-se de alguns feitos, até que se vira para mim, estende a mão direita e pergunta “esta mão impõe muito respeito, não impõe?”. eu, talvez 20 anos, com problemas na coluna recorde-se, respondi-lhe “respeito não, agora medo, talvez!”.]
claro que este problema na coluna me traz algumas limitações, como por exemplo não poder fazer vénias, em vão. tenho sempre que fazer uma selecção prévia a ver se vale a pena as dores. quase sempre olho a direito, e as pessoas acham que sou mal educada, mas não! é o problema na coluna que não me deixa vergar facilmente.
isto, num aquário de moluscos traz os seus inconvenientes. olé se traz…